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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Golpe Militar’

Marcha do Silêncio lembra 60 anos do Golpe Militar

Hoje, dia 1º de abril, os 60 anos do golpe militar de 1964 vão ser lembrados em Salvador com a realização da Marcha do Silêncio, com saída às 17 horas, da Praça da Piedade, passando por toda Avenida Joana Angélica e chegando ao monumento aos mortos e desaparecidos da Ditadura Militar, no Campo da Pólvora. Num protesto sem palavras, parentes, amigos e companheiros de 38 militantes presos durante a ditadura militar vão caminhar empunhando fotos das vítimas, levando flores, tochas e cruzes. Juntamente com integrantes da sociedade organizada vão protestar contra o esquecimento destes crimes, exigindo a cada ano respostas sobre o paradeiro destas pessoa.

Os integrantes da marcha vão caminhar ao som de um surdo, distribuindo às pessoas que assistem o cortejo, panfletos explicando os motivos da manifestação e pedindo respostas ao governo. A marcha em Salvador teve sua primeira edição em em 2019, foi suspensa pela pandemia em 2020 e 2021, sendo retomada em 2022 e 2023, e completando sua quarta edição em 2024.

De acordo com o professor e sociólogo Joviniano Neto, a Marcha do Silêncio é inspirada por evento semelhante iniciado no Uruguai, que junto com Brasil, Argentina e Chile, viveram a repressão e a violência de uma ditadura militar, traduzida em prisões arbitrárias, tortura, assassinatos e desaparecimento dos corpos das vítimas da repressão a opositores da extrema direita. A marcha uruguaia é realizada há 29 anos, a cada 20 de maio, sob a liderança incansável e inflexível da Associação de Mães e Familiares de Uruguaios Detidos e Desaparecidos, entre muitas organizações, movimentos e personalidades que a apoiam.

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É bom já ir se acostumando: Breve notícia sobre o golpe no Brasil (2/2)

A0 PÉ DA GOIABEIRA lopes

Vamos, enquanto Braz é tesoureiro, retomar nossa conversa sobre os golpes perpetrados no Brasil. Depois de Floriano Peixoto, visto na semana passada, veio Getúlio, saído derrotado nas eleições de 1930, mas “eleito” pelos militares. Estamos agora em1945, quando o ditador balança e cai.

1945 – Getúlio fez um governo de viés fascista, chegando até a aproximar-se do nazismo alemão. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, sopram os ventos democráticos, e ele, pressionado, inicia um processo de abertura, com a criação de novos partidos e a perspectiva de eleições gerais. Mas, por debaixo do pano, o ditador se articulava pra permanecer no poder, ampliando suas bases, mediante alianças com lideranças sindicais  e comunistas, e incentivando o movimento “Queremismo”, que pregava o continuísmo na  chefia do governo.

Estavam os  quartéis em calma, quando o ditador tomou uma atitude temerária: demitiu o chefe de polícia do Distrito Federal, dando a vaga ao irmão Benjamim Vargas. Foi a gota d´água: Getúlio foi deposto pelo mesmo grupo que o encastelara no poder ilegal com o golpe de 1937.

1964 – João Goulart, que assumira o governo em clima tumultuado pela renúncia de Jânio Quadros, era o bode expiatório dos Estados Unidos, dos militares engajados com Tio Sam e a chamada grande burguesia nacional: comunista, sindicalista e agente de Moscou (segundo o jargão dessa gente), o presidente brasileiro também não facilitava as coisas: pregava as “Reformas de Base” (falar em reforma agrária, por exemplo, dava urticária no latifúndio pátrio), ameaçava a remessa de lucros das muitas multinacionais aqui instaladas, pretendia nacionalizar algumas dessa empresas – e ainda era acusado de incitar à insubordinação os militares, a partir das baixas patentes da caserna.

imagem1O longo plano de derrubada de Jango contou com o apoio de militares (lembram-se de Mourão Filho?) das três armas, com a luxuosa ajuda do governo estadunidense, via CIA e embaixada local, com os grandes veículos de imprensa (O Globo, JB, Estadão, a Folha – no dia 1º de abril de 1964, o editorial do Jornal da Manhã, “dedicado” a Jango, tinha este título sugestivo: FORA!). Políticos de grande prestígio, como Carlos Lacerda (notório golpista dos velhos tempos), Magalhães Pinto, Adhemar de Barros e outros foram decisivos para “legitimar” a violência. O plano foi dado por vitorioso em 1º de abril 1964.

Os “produtos” mais notáveis da ditadura foram os torturadores Sérgio Fleury e Brilhante Ustra (este, reconhecido publicamente como “herói” pelo capitão Bolsonaro, é o único torturador “oficial” da ditadura: acusado de sequestro, tortura, morte e sumiço de 45 prisioneiros que caíram em suas garras, não lhe escapando, sequer, crianças e mulheres grávidas). Morreu de velhice e câncer, sem nenhuma punição da justiça brasileira, ao contrário do ocorrido com outros torturadores da América Latina.

2016 – A partir de 2014, representantes da classe média conservadora, refletindo a elite econômico-social e a grande mídia familiar do Brasil, começaram a articular a queda de Dilma Rousseff, ex-militante contra a ditadura de 64 e primeira mulher a assumir a Presidência da República do Brasil.

Imagem2Sem suficiente habilidade para  cooptar a oposição (como seus antecessores), se fez presa fácil de gente que queria sua cabeça a qualquer preço, grupo formado pela mais raivosa direita nacional (Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, Deltran Dallagnol, Ronaldo Caiado), mancomunada com oportunistas de olho no poder (a exemplo de Aécio Neves, Temer, Cristóvão Buarque, Aloísio Nunes, Eduardo Cunha) e semelhantes. Quando não mais havia fórmula jurídica para retirá-la do cargo, os patronos da causa, Reale Júnior e Janaína Paschoal (esta, uma\ espécie de Damares Alves mais jovem) invocaram um suspeitíssimo “conjunto da obra” e obtiveram o impeachment por “crime de responsabilidade fiscal”. As duas expressões entre aspas constituem ficção, algo desconhecido no Direito.

Durante a votação do impeachment, um momento de grande ridículo do parlamento  brasileiro, o capitão Bolsonaro disse que votava “sim”, em nome do coronel Brilhante Ustra, “o terror de Dilma Rousseff”. Dilma, torturada no Doi-Codi, é uma exceção: saiu viva do “escritório” de Brilhante Ustra.

Os inimigos da democracia, seja na ascensão de Hitler, com o Partido Nazista (Alemanha/1919), seja com a derrubada de Allende (Chile/1973), se alimentam do caos: crise econômica, desemprego, “fraquezas” da democracia, ameaças de implantação do comunismo, medo insuflado na classe média conservadora, conquista de direitos pelas minorias excluída – e por aí vai. Se o caos não existe, há de se criá-lo, piorando as condições de vida no país, procurando levantar a população contra o governo constituído. Assim foi com Dilma Rousseff e João Goulart, assim os Estados Unidos tentam fazer com a Venezuela.

Neste 2019, há quase 200 anos da Independência, o Brasil reúne todas as condições para o novo golpe que parece em gestação. Além das condições gerais, mostradas acima, algumas típicas: um governo cheio de generais que não têm mostrado maior apego à democracia; um presidente sem a mínima aptidão para o cargo, incapaz de articular duas frases coerentes, que tem levado o Brasil a sucessivos vexames internacionais, desemprego em níveis nunca vistos, uma reforma da Previdência prometida à rede bancária e ao “mercado”, mas que dificilmente será entregue. E este parece ser um item decisivo para o futuro democrático do País. A expectativa de muitos “brasilianistas” é de que o capitão Bolsonaro cai ou… cai, com a votação da reforma:  como fantoche que é visto, perderá a serventia após aprovar a reforma; se não aprová-la (o mais provável), mostrará que nunca teve serventia mesmo. Setores como o agronegócio e a Fiespi, que financiaram o capitão reformado, já não escondem o descontentamento com o ridículo em que se veem envolvidos, o mesmo ocorrendo com a grande mídia, já frustrada quanto ao fim  da previdência pública.

Enquanto isso, o general Mourão lustra coturno, engoma a farda de gala, toma curso de  Media Trainning, recicla-se, torna-se menos grosso, abandona o jargão da caserna, aprende a conversar com os repórteres. Isto não quer dizer que Mourão é bom. Não é. E não podemos ofuscar um claro sinal dos tempos: em outra época, a filosofia da direita era ditada por Auguste Comte; hoje, por Olavo de Carvalho. Que Deus tenha piedade deste País, onde, dizem os detratores, Ele nasceu.

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Nunca mais!

não ao golpe

Galo quer agilizar trabalhos da Comissão da Verdade na AL

A aproximação do cinquentenário do golpe de 1964 fez o deputado estadual Marcelino Galo, presidente da Comissão Especial da Verdade, da Assembleia Legislativa, mudar sua rotina. Galo quer acelerar o ritmo dos trabalhos nas oitivas dos ex-deputados cassados ainda vivos e viabilizar um trabalho de pesquisa histórica. “Ficaram poucos registros na própria Assembleia, sobre cada processo de cassação, e sem a maioria dos testemunhos dos cassados, vamos precisar recorrer aos arquivos dos jornais, ao Arquivo Público e a documentos dos órgãos da repressão”, explica o deputado.

Ele está em São Paulo desde ontem, onde participa de uma reunião de trabalho entre as comissões parceiras da Comissão Nacional da Verdade. Além de aspectos técnicos, como a metodologia para a tomada dos depoimentos, o coordenador da CNV, José Carlos Dias, apresentará a nova rede social a ser usada para o intercâmbio entre as comissões parceiras. A obstinação do petista tem uma razão objetiva: “o assunto é sério demais pra ser tratado como factóide. As comissões dão muita visibilidade, mas precisam ser efetivas e produzir resultados concretos”. Com poucos recursos para tocar os trabalhos, Galo quer atrair parcerias institucionais para viabilizar a pesquisa histórica e reconstituir os fatos que levaram às cassações e prisões de deputados.





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