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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Forest Ecology and Management’

UFSB Ciência: Artigo analisa a resiliência da Mata Atlântica e destaca necessidade de projetos de restauração ativa

Com informações e imagens por Nathália Vieira Hissa Safar,
Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud Schaefer e Luiz Fernando Silva Magnago

As metas ambientais nacionais e globais de recuperação da Mata Atlântica dificilmente serão cumpridas se não houver intervenção inteligente e constante, com projetos de restauração ativa que se agreguem aos processos de regeneração natural das florestas. Essa conclusão é um dos resultados de estudo descrito no artigo Resilience of lowland Atlantic forests in a highly fragmented landscape: insights on the temporal scale of landscape restorationpublicado na revista Forest Ecology and Management e assinado pela doutoranda Nathália Vieira Hissa Safar (PPG-BOT/UFV) e pelos professores Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud Schaefer (DPS/UFV) e Luiz Fernando Silva Magnago (CFCAF/UFSB). Na pesquisa realizada, a equipe de cientistas trata da capacidade de regeneração natural, ou resiliência, de remanescentes de florestas de tabuleiro, num contexto de paisagem altamente fragmentada como a do bioma Mata Atlântica, e discute as implicações dos resultados no cumprimento de metas globais e nacionais para restauração florestal, conservação da biodiversidade e mitigação de mudanças climáticas.

Conforme os autores, o objetivo era avaliar os efeitos da idade da floresta no número total de espécies arbóreas e de espécies com alto valor de conservação (endêmicas e ameaçadas), na composição de espécies arbóreas e no estoque de carbono. Com isso, se queria saber se esses parâmetros estão se recuperando naturalmente ao longo do tempo e qual o prazo aproximado para que atinjam valores encontrados em florestas maduras próximas. Como nem todos os ecossistemas são capazes de se recuperar pelos seus próprios meios, compreender a capacidade e o tempo necessário para as florestas se recuperarem de um distúrbio contribui para estabelecer previsões seguras sobre o que aconteceria com essas florestas em diferentes cenários de impactos ambientais, além de auxiliar na criação de iniciativas e investimentos eficazes para a conservação da biodiversidade e carbono.

Impactos ambientais desencadeiam o processo de regeneração natural que envolve mudanças na diversidade e estrutura da comunidade vegetal. Para avaliar se essas florestas estão recuperando esses parâmetros ao longo da sucessão, os pesquisadores amostraram florestas maduras, utilizadas como ecossistemas de referência, e também florestas em regeneração localizadas no norte do Espírito Santo e sul da Bahia. Mais especificamente, dentro e no entorno de duas Unidades de Conservação, a Reserva Biológica do Córrego Grande (RBCG) e a Floresta Nacional do Rio Preto (FNRP). Em cada floresta foram medidas e identificadas as espécies arbóreas dentro de um critério pré-estabelecido. Para cada espécie amostrada foram obtidos seus status de endemismo da Mata Atlântica e de ameaçada, de acordo com a lista vermelha da IUCN, e determinada sua capacidade de armazenamento de carbono.

fig 01

 

 

Figura 1. Floresta em regeneração (cerca de 20 anos) pós fogo amostrada nesse estudo, Conceição da Barra, Espírito Santo, Brasil. Foto: Nathália Safar.

 

O estudo observou uma rápida recuperação da riqueza de espécies arbóreas nessas florestas (aproximadamente 80 anos para recuperar completamente), o que indica que a regeneração passiva (natural) pode ser uma ferramenta viável para recuperar o número de espécies. Os resultados sugerem que, na hipótese de se cessar o desmatamento e permitir que ecossistemas se regenerem naturalmente, as metas nacionais para a restauração da biodiversidade podem ser alcançadas. Por outro lado, as espécies com alto valor de conservação, como as endêmicas e as ameaçadas, não estão se recuperando ao longo da sucessão. Também é alarmante a lenta recuperação dos estoques de carbono e da composição de espécies arbóreas, que levariam cerca de centenas a milhares de anos para recuperar valores similares aos das florestas maduras próximas, conforme as previsões feitas pelo estudo.

fig 02

Figura 2. Floresta Madura amostrada nesse estudo, REBIO do Córrego Grande, Conceição da Barra, Espírito Santo, Brasil. Foto: Nathália Safar

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