:: ‘Fabrício Carpinejar’
Vergonha do que fizeram com Fábio Assunção
Por Fabrício Carpinejar
Fiquei chocado com os vídeos do ator Fábio Assunção estirado no chão e preso em viatura em Arcoverde (PE). Pasmo não por aquilo que ele fez, fora de si, mas pelo deboche de todos à volta, sóbrio e serenos, com consciência para ajudar e que não demonstraram nenhum interesse para socorrer e amparar alguém claramente necessitado e com dificuldades de se manter em pé e articular um raciocínio lógico.
Em vez de ajudar, ridicularizavam o profissional em uma fase difícil da vida e apenas aumentavam a sua agressividade. Quem aqui já não bebeu além da conta e falou bobagem? Atiçar um bêbado é armar um circo de horrores, é se divertir com o sofrimento alheio, é renunciar à educação pelo bullying anônimo e selvagem de massa.
Onde está a compaixão do país? O que identifico é que torcemos pela queda de nossos heróis, pelo fim de exemplos. Odiamos silenciosamente aquele que alcança o sucesso. E permanecemos à espreita, como urubus com as asas dos aplicativos, para flagrar um tombo, uma gafe, um vexame da celebridade e espalhar pelos céus turvos da web.
Talvez, infelizmente, desejamos que todo grande artista, como é Fábio Assunção, beije a lona para arrancarmos memes dos bolsos e ganhar notoriedade com gravações caseiras.
Somos cada vez menos afetuosos e mais paparazzi das tragédias individuais.
Não sabemos confortar com a nossa mortalidade quem é também humano, erra, falha e recomeça com a humildade do perdão.
Não vou julgar e tampouco mergulhar em achismos, se ele estava sob efeito de drogas ou não, o que acontecia em sua vida privada para gerar tal descontrole (e, óbvio, que deve ser penalizado por tudo o que cometeu contra a lei, sem distinção).
Mas quem teve um familiar transtornado ou viciado sabe que ele é também uma vítima e que o cuidado e a discrição são os únicos curativos possíveis para não aumentar a vergonha e as recaídas. Expor alguém em situação delicada é ser cúmplice de vandalismo psicológico. Todo celular hoje é uma arma de fogo.
O que lamento é que aquele ator, sempre solícito para selfies e autógrafos, sempre disposto a conversar com qualquer um, não foi carregado pelo público quando realmente esperava. A fama é ingrata, mas triste mesmo é que não procuramos salvar mais a nossa cordialidade.
Escritor sulbaiano participa do lançamento da Flica 2015 na Caixa Cultural em Salvador
O jornalista e escritor sulbaiano Daniel Thame será um dos participantes do lançamento da Festa Literária de Cachoeira. A Pré-Filca acontece dias 18 e 19 na Caixa Cultural Salvador. O evento terá mesas literárias com autores renomados, música e programação especial para crianças e coleta de publicações para doação à biblioteca comunitária Sociedade Unificadora de Professores – SUP.
O lançamento oficial acontece hoje (18) com mesa temática conduzida por Cristiano Ramos com os autores Cristóvão Tezza e Ronaldo Correia de Brito. O evento prossegue amanhã a partir das 9 horas com novas mesas literárias compostas por escritores como: Sônia Rodrigues, Victor Mascarenhas, Fabrício Carpinejar, Miriam de Sales, Ana Maria Gonçalves, Daniel Thame e Laurentino Gomes.
As discussões do dia 19 serão mediadas por autores e especialistas em literatura, como o pernambucano Cristiano Ramos, o curador geral do evento, Aurélio Schommer, o autor baiano revelação, Fernando Vita, além do ator Jackson Costa e do intelectual baiano Zulu Araújo.
Daniel Thame, que participará da mesa com o tema Muitas andanças, um só rumo, com Ana Maria Gonçalves e mediação de Zulu Araujo, é autor dos livros Vassoura, um relato sobre a tragédia gerada pela vassoura-de-bruxa no Sul da Bahia e Jorge100anosAmado, Tributo a um Eterno Menino Grapiuna, obras focadas em personagens dramáticos e muito realistas. Ele publicou A Mulher do Lobisomem e Manual de Baixo Ajuda-como transformar sua autoestima em anã.
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