:: ‘Coroa Vermelha’
Artesanato: comitiva visita projeto Mulheres em Ação em comunidade indígena de Porto Seguro
Estudantes e professores índios destacam valorização da cultura e da identidade
Dançar o toré e pintar o corpo são duas características dos povos indígenas que a estudante indígena Katlheen Azevedo, 9 anos, 4º ano do Ensino Fundamental, aprende desde cedo com as tradições dos Pataxó hã hã hãe, no município de Pau Brasil. Nesta terça-feira (19), Dia do Índio, ela cumpre o ritual para celebrar a data com os colegas no Colégio da Aldeia Indígena Caramuru Paraguaçu. Para a estudante, mais que uma data comemorativa, participar das ações promovidas no Dia do Índio na escola tem o sabor especial de reafirmar a cultura e valorizar a identidade e os saberes do seu povo. “Eu gosto do Dia do Índio porque a gente canta, brinca e se pinta. Faz parte da nossa cultura”, comenta.
O pertencimento da cultura e o orgulho de ser indígena também são destacados pelo estudante de etnia Kaimbé, Keilani Silva, 13 anos, 8º ano, do Colégio Indígena Dom Jackson Berenguer, em Euclides da Cunha. “Eu acho muito interessante, porque aprendo na escola histórias que minha avó conta sobre outras culturas, além da nossa”, afirma.
Katlheen Azevedo e Keilani Silva estão entre os 8.468 estudante, de 16 etnias matriculados na rede estadual de ensino, em escolas indígenas, cujo currículo leva em conta a valorização e a preservação da história dos povos indígenas. Nesta data, marcada nas escolas por competições esportivas, manifestação cultural, com danças, comidas típicas e rituais, os professores destacam a importância da valorização da cultura indígena no currículo escolar. Também ressalta que a data é importante para que possam reafirmem a sua identidade étnica.
“Esta data tem um significado forte para nós indígenas porque representa resistência, de que ainda estamos aqui lutando. É um momento de auto-afirmação para continuarmos nossa luta”, afirmou o gestor do Colégio Estadual Indígena de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, Railson Pataxó. No colégio, os estudantes participam de competição de adereços, jogos indígenas municipal e estadual, noite cultural com comidas típicas e desfile. “Essa data é importante para aprofundar sobre questões que fazem parte da nossa história”, acrescenta Fátima Carvalho, gestora do Colégio Indígena Dom Jackson Berenguer, em Euclides da Cunha, onde a programação, com estudantes índios e não-índios, estimula o debate e a reflexão sobre os índios.
Cultura esportiva – Além dos debates e da dança, outras expressões culturais estão sendo realizadas para marcar a data nos colégios indígenas. Os estudantes dos colégios Tupinambás de Acuipe de Baixo e de Olivença, ambos no município de Ilhéus, desde a última sexta-feira (15/04), participam dos Jogos Estudantis Indígena, com representantes nas modalidades: Arco e Flecha, Zarabatana, Arremesso de Tacape, Luta corporal, Corrida de Maracá e Futebol. “Os jogos são promovidos pelo grupo jovem Paraná, esta já é a terceira edição. As competições encerram hoje com um grande ritual”, informa o gestor do Colégio Estadual Indígena Tupinambá de Olivença, Leonardo Gonçalves, acrescentando que as atividades envolvem toda a comunidade.
Escolas Indígenas promovem ações para celebrar o Dia do Índio
As escolas indígenas da rede estadual de ensino da Bahia realizam ações de comemoração ao Dia do índio, celebrado nesta terça-feira (19). No Colégio Estadual Indígena de Coroa Vermelha, no município de Santa Cruz Cabrália, os estudantes participam de uma programação que reúne manifestação cultural, debate e reflexão sobre a data, com a participação da comunidade, durante toda a semana. Já no Colégio Indígena Dom Jackson Berenguer, em Euclides da Cunha, a programação se estende até a próxima terça-feira (19/04).
Com uma programação voltada para a valorização dos saberes culturais do povo de etnia Pataxó, os estudantes do Colégio Estadual Indígena de Coroa Vermelha participam de competição de adereços, jogos indígenas municipal e estadual, noite cultural com comidas típicas e desfile. “Esta data tem um significado forte para nós indígenas porque representa resistência, de que ainda estamos aqui lutando. É um momento de autoafirmação para continuarmos nossa luta”, disse o gestor do colégio, Railson Pataxó.
Composta por estudantes índios e não-índios, o Colégio Dom Jackson Berenguer conta com uma programação que estimula o debate e a reflexão sobre os índios. “Essa data é importante para aprofundar sobre questões que fazem parte da nossa história”, considera Fátima Carvalho, gestora da unidade. Para a estudante Keilani Silva, 13 anos, estudante do 8º ano, de etnia Kaimbé, conhecer sobre sua cultura e as das outras etnias é interessante. “Eu acho muito interessante, porque aprendo na escola histórias que minha avó conta sobre outras culturas, além da nossa”, diz.
Mesa-redonda – A Secretaria da Educação do Estado abre espaço para uma mesa-redonda com a temática “Abril Indígena: pensando onde estamos e onde podemos e precisamos chegar”. O evento acontecerá no dia 28 de abril, no auditório da Secretaria da Educação, no Centro Administrativo, que, por meio de pesquisas realizadas por profissionais da educação, busca valorizar a cultura e os saberes indígenas.
Para Valuza Saraiva, assessora pedagógica da Secretaria da Educação do Estado e uma das palestrantes da mesa-redonda, “trazer o debate sobre indígenas na contemporaneidade é fundamental para discutir racismo em suas várias vertentes (racismo religioso, institucional e tantos outros) para nos reconhecermos fazendo educação com mais verdade e inteireza”, declara, acrescentando que, entre outros assuntos, “discutiremos sobre as dimensões que a Bahia já avançou e tem avançado para dar robustez à área educacional nas escolas indígenas”.
Avanços – A Secretaria vem investindo em ações para a melhoria da qualidade da educação indígena, que já alcançam 8.468 estudantes, oriundos de 16 etnias em 130 comunidades indígenas, atendidos pela rede estadual de ensino. Estas ações são resultado do pioneirismo do Estado na criação da carreira de professor indígena e na realização de concurso público específico, garantindo aos professores o direito de ingressar no quadro permanente e estável do Estado, atendendo peculiaridades culturais, sociais, políticas e econômicas.
“O concurso foi muito importante para o reconhecimento e valorização dos povos indígenas, veio para fortalecer nossa luta”, declarou a professora indígena Maria Adalgisa Xavier, de etnia Kaimbé, que dá aula no Colégio Estadual Dom Jackson Berenguer, em Euclides da Cunha. A professora fala ainda sobre necessidade de se ter um professor indígena na aldeia. “Aqui damos aula para índios e não-índios, o conhecimento passado é importante para que os índios se interessem e valorizem sua cultura e para que os não-índios conheçam a cultura e respeitem”.
Educação Indígena – A rede estadual de ensino conta com 104 espaços escolares para educação indígena, certificou 170 professores com titulação em Magistério Indígena, Nível Médio, profissionalizando-os para a ação pedagógica específica/ diferenciada nas escolas indígenas e realizou cursos de formação continuada envolvendo 510 professores indígenas de todo o Estado. Para atendimento de educação especial, existe a interlocução com a Coordenação de Educação Especial, que promove a realização de cursos nesta área para os professores indígenas.
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