:: ‘COP27’
COP27, primeira semana – notas de uma ativista socioclimática jovem
Meu nome é Amália, eu sou uma ativista socioclimática de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. No meu dia a dia, luto por uma justiça climática interseccional e inclusiva, e por uma transição justa para um futuro sustentável para a natureza e todos os setores da sociedade. Nesta terça-feira (8), acompanhada das ativistas Adriani Maffioletti (RS), Mikaelle Farias (PB) e Nayara Almeida (RJ), cheguei na Conferência das Partes das Nações Unidas (COP, sigla para o inglês Conference of the Parties), a maior conferência de clima do mundo, para pautar justamente clima e sociedade, e comunicar para o público geral sobre o que acontece dentro desse espaço.
Historicamente, a COP vem sendo um espaço extremamente decisivo em termos de política climática. O acordo de Paris, por exemplo, que define compromissos e metas para a redução de emissões de cada país, foi firmado na COP21, em 2015. No entanto, apesar de serem adotadas metas relevantes – como a contenção do aumento da temperatura média em 2 graus celsius – ainda são poucos os compromissos efetivamente cumpridos. Como jovem, ir à COP, entre outras coisas, significa ver de perto a inação dos líderes globais, que preferem lucro imediato a um futuro para a minha e as próximas gerações.
Esse ano, a COP tem sua 27ª edição, e está acontecendo no Egito. Sharm El Sheikh, a cidade da conferência, é uma cidade turística na costa sul do Egito. Ao chegar aqui, é difícil não ver a diferença entre os residentes e os visitantes da cidade. Na região costeira estão localizados grandes resorts de luxo, onde grande parte das pessoas indo à COP está se hospedando. Logo do outro lado da rua, pode-se ver bairros com casas antigas, pintura descascada e ruelas sem pavimentação. Assim, o único contato que os participantes da COP têm com a sociedade civil do país parece ser quando são servidos por eles em coquetéis e eventos.
- 1