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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Chapecoense’

Sobrevivente da tragédia da Chape, Rafael Henzel é ´traído` pelo coração

rafa

O jornalista e apresentador Rafael Henzel, sobrevivente da queda do avião da Chapecoense, faleceu na noite de hoje (26). A informação foi confirmada pela Rádio Oeste Capital FM, onde Henzel trabalhava.

Ele tinha 45 anos. Henzel participava de uma partida de futebol com amigos e sofreu um infarto. Em 2017, Rafael Henzel lançou o livro “Viva Como se Estivesse de Partida”. Na obra, ele fala sobre o incidente ocorrido em 2016, na Colômbia, e a mensagem de importância à vida. Henzel deixa filho e esposa.

Um ano sem Fidel, sem a Chapecoense e outras histórias

Por Valter Xéu

vxeoNeste dia 29 de novembro faz um ano que eu estava em Cuba para as homenagens póstumas ao Comandante Fidel Castro, na praça da revolução, local no qual Fidel discursou centenas de vezes para o povo cubano.

Único jornalista brasileiro convidado pelo governo de Cuba através de Bruno Rodríguez Parrilla, Ministro das Relações Exteriores, lembro que ao sair do quarto no Hotel Park Central, a camareira me deu os pêsames. Agradeci ao mesmo tempo em que imaginava que foi por estar presente aos funerais do Comandante, assim como todos que lá  estavam hospedados. Fui em frente e peguei o elevador para me dirigir ao restaurante onde os garçons e as garçonetes repetiram o que me disse a camareira.

De imediato retruquei que quem deveria dar os pêsames era eu pela morte do Comandante, quando uma garçonete me informou que os pêsames eram porque tinha caído uma aeronave com um time brasileiro de futebol. Confesso que gelei na hora.

chape 1Em seguida uma série de perguntas passou pela minha cabeça. Será que foi o meu Vasco? O meu Santos? O Bahia? O Fluminense de Feira? Logo descartei o time feirense, pois esse beirando a quarta divisão nacional, não anda de avião e sim de ônibus e de van.

Refeito do susto inicial, perguntei que time estava no avião e me disseram ser a Chapecoense. Corri para a internet e lá estava a relação dos nomes dos jogadores, companheiros jornalistas, dirigentes e tripulação.

No final da tarde e já inicio da noite, todos os convidados embarcaram em um ônibus rumo à Praça da Revolução, onde ficamos na tribuna de honra, ao lado de aproximadamente uns 170 chefes de Estados; e diversas personalidades como o ator e ativista norte americano Dany Glover (de quem fiquei amigo, pois sentamos lado a lado), o jornalista franco-espanhol Ignácio Ramonet, diretor e editor do Le Monde Diplomatique e para meu orgulho, colaborador do Pátria Latina desde a sua fundação em 2002.

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Tragédia com avião da Chapecoense completa um ano

chape 3Faltavam dois minutos para as 22h (horário local) do dia 28 de novembro de 2016 quando o voo 2933 da empresa boliviana LaMia caiu no morro El Gordo, a 35 quilômetros do aeroporto de Medellin, na Colômbia. A bordo, estavam 77 passageiros de um voo charter contratado pela Associação Chapecoense de Futebol, o clube de Chapecó (SC). A equipe do interior do estado catarinense acabava de realizar uma façanha: ia disputar a final da Copa Sul Americana contra o Atlético Nacional, de Medellin. A partida seria disputada na quarta-feira (30), no primeiro jogo pelo título.

chape 4A alegria dos jogadores, da comissão técnica, e dos jornalistas a bordo deu lugar ao horror. Na escuridão da noite o avião bateu de barriga no alto do morro, capotou e se despedaçou encosta a baixo, deixando um rastro de destruição.

Quando as equipes dos bombeiros voluntários da cidade de La Unión conseguiram chegar ao local quase uma hora depois, apenas sete pessoas ainda estava vivas. Três eram jogadores do time: o goleiro Jackson Follman, o zagueiro Helio Zampier Neto e o lateral Alan Ruschel. Dos 20 jornalistas, apenas o locutor da Radio Oeste de Chapecó, Rafael Renzi, estava vivo. Os outros dois sobreviventes eram tripulantes: a comissária de bordo Ximena Suárez e o técnico de voo Erwin Tumiri. O sétimo passageiro encontrado com vida era o goleiro titular Marcos Danilo Padilha, que chegou a ser encaminhado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia seguinte.

Um piloto perdido

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´O Milagre de Chapecó`, emocionante e polêmico

A rede Arcoplex de Cinemas colocou no ar o trailer do filme “O milagre de Chapecó”, de Luiz Ara, que conta a história da Chapecoense, a tragédia na Colômbia e todo o processo de recuperação do clube.

A estreia está programada para o dia 30 de novembro nos cinemas de todo o mundo. No entanto os representes das famílias ingressaram na justiça para impedir a exibição, já que as o filme utiliza imagens dos jogadores dos jogadores mortos no acidente,. A alegação é que o filme foi feito sem autorização dos familiares.

Assista ao trailer

Meliá Paulista presta homenagem à Chapecoense

verde

Devido à tragedia com o avião que levava  o time da Chapecoense e um grupo de jornalistas,  o Meliá Paulista decidiu colocar sua fachada iluminada na cor verde, durante tres dias.

A ação foi a forma encontrada pela equipe do hotel para prestar uma  homenagem aos atletas e jornalistas que se foram, num acidente que comoveu o mundo.

 

A Mãe

Mãe do goleiro Danilo, da Chapecoense, Alaíde Padilha, interrompe uma conversa com um jornalista do SporTV para oferecer-lhe o ombro pelos colegas que também morreram no acidente em Medellin.

“Posso fazer uma pergunta? Como vocês, da imprensa, estão se sentindo tendo perdido tantos amigos queridos lá?”, questionou. “Pode me responder? Posso te dar um abraço em nome da imprensa?”

Há uma luz no fim desse túnel às vezes tão perverso chamado Mundo.

A glória, a tragédia e o velho Chapecó

BRUNO AMABILE BRACCO*

Jogo mais importante da história do clube. Último minuto da semifinal do torneio continental. É um clube modesto, que heroicamente sobe, em seis anos, da quarta para a primeira divisão nacional. De repente, tem à frente um gigante argentino, recentemente campeão da América, time do Papa. Mas o clube modesto tem seu dia heroico. Bravamente, segura o empate que garante a passagem à inédita e grandiosa final do torneio continental. Bravamente, segura o empate até o último minuto.

Último minuto. O gigante argentino cruza a bola na área. A bola é rebatida. Sobra, limpa, para um jogador argentino, frente à frente com o goleiro. Todo o estádio se cala. No último minuto do jogo mais importante da história do clube, aquele segundo parece eterno. O jogador argentino arma o chute fatal. Talvez dois ou três metros entre a bola e o gigantesco gol à frente: gol de mais de sete metros de largura e quase dois e meio de altura. O chute vem. É o golpe fatal de Golias contra Davi.

Mas não. Não neste dia sublime. Num movimento magistral, o goleiro do modesto clube sacramenta em glórias aquele dia destinado a ser heroico. Uma perna esticada. A bola, que parecia certeira em direção ao gol imenso, explode na perna direita esticada do goleiro-herói. É o dia de maior alegria nos 43 anos de vida daquele modesto clube – que jamais havia sido tão gigante.

Há uma lenda antiquíssima que tenta retratar o profundo mistério da vida.

Conta-se que havia um povoado em que muito do trabalho necessário era realizado por cavalos. Um já idoso senhor possuía o mais belo e forte cavalo do povoado. O cavalo, entretanto, certo dia fugiu.

Todos ficaram perplexos e, repletos de piedade, dirigiam-se ao velho com palavras de pesar, ao que o senhor respondia: “Por que falam assim? O cavalo se foi, mas como podemos dizer se isso é bom ou ruim? Deixemos que o tempo nos traga suas respostas”.

No dia seguinte, o cavalo retornou trazendo consigo sete outros cavalos. O povoado encheu-se de alegria e resolveu celebrar. “O velho estava certo”, diziam. “A fuga do cavalo era o melhor que poderia ter acontecido!” Mas o ancião era o único que se mantinha sereno. “Chegaram aqui sete novos cavalos. Mas como poderemos afirmar se isso é motivo para comemorações? Deixemos que o tempo nos traga suas respostas”.

Mais um dia se passou e, numa cavalgada, um dos novos cavalos derrubou o filho do velho, quebrando sua perna. “Velho sábio”, todos pensaram. “Ele sabia que esses novos cavalos não trariam coisa boa ao povoado, e eis o resultado”. Mas o velho se mantinha tranquilo. A perna quebrada de seu filho seria de fato motivo de lamentação? Somente o tempo traria suas respostas.

No dia seguinte, chefes do exército vieram ao povoado recrutar soldados. Como o filho do sábio ancião estava com a perna quebrada, foi poupado da guerra. O povo surpreendeu-se novamente. Mas o velho mantinha sua postura. O velho sempre mantinha sua postura. A história, do velho e de cada um de nós, prossegue indefinidamente. A sabedoria de vida suprema do ancião estava em saber que nada poderia saber sobre a vida. A sabedoria suprema do ancião estava em saber que a sabedoria está apenas no tempo – e o tempo sempre seguirá seu curso, contará suas histórias e trará suas respostas.

A heroica perna esticada no último minuto do jogo histórico. O juiz apita o fim da partida. O modesto clube tem a maior glória de seus 43 anos de vida. Está na final do torneio continental.

O tempo traz, contudo, suas respostas. O tempo traz suas respostas mesmo quando nós não sabemos qual era a pergunta. Cai na Colômbia o avião que transportava os jogadores e a comissão técnica para a tão esperada final do torneio continental, contra aquele que é, hoje, o melhor time das Américas. Não entendemos as tramas misteriosas da vida. Nunca conseguimos de fato entender, por mais que tanto queiramos. Nos desesperamos a cada dia em que percebemos que não estamos no controle da nossa própria história. Nos desesperamos a cada dia em que a vida escancara diante da nossa cara atônita que não temos a menor ideia, de fato, sobre o que é bom e o que é mau.

Dias de grandes tragédias escancaram nossa pequenez. Contentamo-nos com nossas pequenas vitórias sem termos a menor ideia se são, de fato, gloriosas. Desesperamo-nos com nossas pequenas derrotas sem saber as bênçãos que a vida pode esconder no aparentemente trágico. Seguimos como os habitantes comuns do antigo povoado: rindo e chorando diante de cada acontecimento em nossas vidas, como se soubéssemos que são motivos para choro ou para riso. Mas não sabemos. Nunca soubemos.

Mas talvez viva, em Medellin ou em Chapecó, um sábio ancião. Um ancião que sabe que nada pode saber. Um velho que sabe que uma perna quebrada não necessariamente é trágica e que uma heroica perna esticada não necessariamente é gloriosa. E que talvez, com seus olhos sábios, consiga ver ainda além.

Gosto de imaginar o velho se levantando nas primeiras horas da manhã e preparando, em silêncio, seu café. Um vizinho vem, com os olhos fundos de tristeza, e lhe conta a notícia da madrugada. O velho se entristece também. Mas, em seu coração, mantém a serenidade. Porque sabe que pernas esticadas não necessariamente são gloriosas e pernas quebradas não necessariamente são tristes. Porque sabe: só o tempo pode dar a verdadeira dimensão das nossas vitórias e das nossas derrotas. E, acima de tudo, sabe: mesmo a mais aparentemente insuportável dor das grandes perdas e das grandes tragédias talvez seja apenas um pequeno momento na infindável trama da existência. Apenas um pequenino momento que nossos pequeninos olhos podem ver. Nas imensas profundezas do seu coração, o velho sabe: a história continua. Sempre continuará. E o tempo continuará nos trazendo suas respostas.

Talvez viva, em Medellin ou em Chapecó, um velho.

*Bruno Amabile Bracco é Defensor público, mestre e doutor em Criminologia pela USP e autor dos livros “Carl Jung e o Direito Penal” e “A Gnose de Sofia”.

Publicado originalmente no site Justificando.

 

E só nos restaram as palavras de consolo…

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Medellín emociona o mundo…

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O estádio Atanasio Girardot, em Medellín, na Colômbia, ficou lotado na noite de ontem em homenagem às 71 vítimas do acidente com o avião Lamia 2933, que transportava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros para a final da Copa Sul-Americana.

Os 45 mil lugares disponíveis no estádio, que teve entrada gratuita, foram ocupados em cerca de meia hora e milhares de pessoas também marcaram presença do lado de fora.

Cartazes, faixas, músicas, velas e flores transformaram o estádio num templo de solidariedade e empatia e a Colômbia fez da final que aconteceria entre Chapecoense e Atlético Nacional um recomeço para a história do futebol.

A mesma Medellín que gerou uma aberração chamada Pablo Escobar dá um exemplo de solidariedade ao mundo. Da dor, surge a certeza de que nem tudo está perdido.

Se somos todos Chape, a partir de agora também somos todos Medellín.

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