:: ‘cacau’
Produção deve ser 21% menor, diz Ceplac
A falta de chuvas deve fustigar mais severamente a produção de cacau da Bahia nesta safra 2016/17, iniciada em maio. Após fechar o ciclo passado com uma colheita 7% menor que na temporada anterior, os produtores baianos devem amargar uma quebra de safra ainda maior, de 21%, o que significará uma produção em torno de 115 mil toneladas, segundo Manfred Müller, coordenador técnico da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
Essa é a terceira estimativa da Ceplac para a colheita baiana desta safra. A comissão previa inicialmente uma produção de 158 mil toneladas de cacau no Estado, e depois revisou sua estimativa para 153 mil toneladas. O cálculo abrange a safra temporã, de maio a setembro, e a principal, de outubro a abril. Pelo cálculo da Ceplac, o Estado produziu no último ciclo 146 mil toneladas de cacau.
A maior parte da colheita é concentrada entre outubro e abril. Atualmente, os frutos que serão colhidos nessa época estão na fase chamada de bilração, em que a flor do cacaueiro se transforma no princípio do fruto.
Essa é uma etapa extremamente sensível aos níveis de umidade, que determinam a formação dos frutos. “Se não chover agora, vamos perder a safra inteira”, diz Pedro Spinola, dono de uma fazenda de cacau a 30 quilômetros de Ilhéus. Os frutos já começaram a amarelar em algumas regiões, afirma o produtor.
Segundo Müller, mesmo que essa etapa se desenvolva melhor do que a bilração anterior, “a produção não será igual à do ano passado”. Além da perda de produtividade, a estiagem matou 13% dos cacaueiros do Estado, conforme o último levantamento da Ceplac.
Com essa perspectiva mais pessimista, a safra da Bahia fica menos distante da safra do Pará, segundo maior produtor nacional da amêndoa. Para a Ceplac, o Estado colherá neste ciclo entre 105 mil toneladas e 120 mil toneladas. (Valor Econômico)
Cacau vira `droga estimulante` em festas eletrônicas
O cacau é a nova droga recreativa da vez. De acordo com o site de notícias americano Ozy, a substância tem sido usada em festas eletrônicas onde o consumo de bebidas alcoólicas não é permitido, como a Lucid, realizada mensalmente em Berlim, na Alemanha. Os usuários afirmam que a ingestão de cacau – na forma de pílula, bebida e até mesmo via nasal – excita o cérebro e provoca sensação de energia e disposição.
Na Lucid, o cacau amargo balinês é servido em bebidas misturadas com mel, xarope de agave e canela. Já a Morning Gloryville, uma empresa que organiza festas nos Estados Unidos e na Europa, abastece seus bares com bebidas à base de cacau e com a substância em cápsulas.
Uma das formas de consumir o cacau é via nasal. O produto em pó pode ser encontrado na loja do belga Dominique Persoone, que inventou um dispositivo que ajuda a “inalar” o alimento, além de ter criado uma mistura inédita da substância com menta e gengibre.
Helenilson Chaves prevê fim do ciclo do cacau e diz que : Sul da Bahia “é terra de herdeiros inglórios”
A produção de cacau no sul da Bahia corre o risco de desaparecer em até 50 anos, afirma o presidente do Grupo Chaves, Helenilson Chaves, em entrevista ao Jornal Agora deste final de semana.
Helenilson analisa a política e a economia locais e afirma que regiões como o oeste da Bahia adotaram tecnologia para a produção de cacau, enquanto o sul-baiano ainda permanece no velho facão. “Essa é uma terra de herdeiros inglórios”, diz.
Abaixo, alguns trechos da entrevista em que são abordados temas como Emasa, política grapiúna e eleições, além do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
CACAU E TECNOLOGIA
Essa região poderá desaparecer em 50 anos, porque não vai haver cacau. Não podemos continuar com o nosso velho “facão”. Enquanto nós paramos no tempo, o oeste da Bahia está trabalhando com plantações de cacau irrigadas, tecnologia nova.
“JUVENAL FEZ BRILHANTE TRABALHO”
Acredito que o grande pensador desse assunto “Ceplac” foi o ex-superintendente regional Juvenal Maynart. Fez um brilhante trabalho. Deu protagonismo à Ceplac com discussões importantes como a política do preço mínimo e sobre a conservação produtiva. Também defendeu a doação de um terreno para a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e convênio que permitisse cursos de pós-graduação na área de ciências agrárias e botânica.
ÁGUA: CRISE E SOLUÇÃO
Itabuna tem muitos empresários com condições financeiras de se unir em sociedade para criar um fundo e gerenciar esse projeto da Barragem [do Rio Colônia], com a atuação, inclusive, de um Conselho de Fiscalização, mas a proposta é criar uma empresa da região. Agora estão fazendo a experiência, só pode ser experiência (disse em risos), para saber o volume que podemos beber de água salgada!
POLÍTICA E ELEIÇÕES 2016
Nós somos divorciados da política. Nossa capacidade política está exaurida. Nós até elegemos pessoas honradas interiormente, mas infelizmente não sabem administrar. Precisamos de lideranças mais novas.
SHOPPING
Nosso povo não tem união para alcançar metas. Um exemplo disso foi quando construímos o shopping, surgiram várias pessoas dizendo que não daria certo, que provocaria o fechamento de lojas no comércio, mas ainda hoje provamos o contrário. Há espaço para todos! (do Pimenta na Muqueca)
Brasileiro ordenha vaca e planta cacau para economizar na Páscoa
(do Blog Sensacionalista)- Em meio a repetitiva polêmica em torno do que é mais vantajoso comprar, ovo de Páscoa ou barra de chocolate, Rogério Alves, pai de dois filhos, resolveu economizar de verdade esse ano e decidiu plantar cacau e ordenhar leite direto da vaca para fazer seu próprio chocolate.
“As pessoas estão sempre discutindo e dizendo que ovo de Páscoa é muito caro e que quem é inteligente só compra barra de chocolate. Quem diz esse tipo de coisa não deve ter criança em casa, senão ficaria ouvindo choro durante a Páscoa inteira das crianças que não ganharam ovo”, disse Rogério.
Rogério revelou que já produziu alguns ovos e que ficaram bons. “É só encher de açúcar que fica bom, as crianças só querem sentir gosto de doce. Já estou até pensando em vender aqui no bairro”
Governo apoia ampliação da produção de cacau e chocolate no Sul da Bahia
O apoio do Governo da Bahia à ampliação do cultivo de cacau e produção de chocolate foi destacado pelos secretários estaduais de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues, e de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura, Vitor Bonfim, durante a posse do novo diretor geral da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Sérgio Murilo Menezes. A posse aconteceu na sexta-feira (15), na sede regional do órgão, em Ilhéus, e reuniu produtores, empresários, prefeitos, vereadores, sindicalistas e funcionários da Ceplac.
Após mais de duas décadas de crise, provocada pela vassoura-de-bruxa, a lavoura cacaueira do Sul da Bahia atravessa um período de recuperação, com aumento da safra e produção de amêndoas de qualidade. A safra 2014/2015 chegou a 220 mil toneladas no país. A Ceplac é o principal órgão de fomento desta lavoura, com ações de pesquisa e extensão rural em mais de 100 municípios sul baianos.
“A Ceplac faz parte da história da Bahia e tem um papel fundamental no desenvolvimento regional. Vamos somar esforços para superar a crise, investindo em toda a cadeia produtiva do cacau, incluindo a ampliação do polo chocolateiro”, disse o secretário Jerônimo Rodrigues. Ele destacou ainda as ações do Governo da Bahia na agricultura familiar, que atualmente responde por cerca de 70% da produção de cacau no sul do estado, através de programas de capacitação profissional, assistência técnica e financiamento de projetos agrícolas.
O secretário de Agricultura, Vitor Bonfim, ressaltou que “investimentos em plantas com maior produtividade e mais resistentes à doenças tem resultado em ganhos para o produtor rural, que se refletem de forma positiva em toda a economia regional”. Vitor Bonfim também, garantiu rigor no processo de fiscalização da importação de cacau, necessária para a manutenção das indústrias, com procedimentos fitossanitários que garantam a qualidade das amêndoas. “Além do cacau e do chocolate, investimos na diversificação da lavoura, com implantação de novos cultivos como banana, cupuaçu, maracujá e outros produtos, que também contribuem para gerar emprego e renda”.
O novo diretor geral da Ceplac, Sérgio Murilo Menezes, destacou que “a instituição deve se colocar a serviço do produtor, ampliando a pesquisa e a extensão rural, capacitando os jovens para que possam assumir novos desafios do mercado e adotando políticas públicas que garantam a retomada do desenvolvimento regional de forma sustentável”. Sérgio Murilo disse ainda “que as parcerias com o Governo do Estado, no incentivo ao agronegócio e à agricultura familiar são fundamentais para superar os imensos desafios que temos pela frente”.
Uesc lança livro sobre estrutura produtiva, mercados e perspectivas do cacau
As atividades cacaueiras na Bahia e a evolução deste segmento nos diferentes setores econômicos são destaques na nova produção da Editora da UESC. Resultado do estudo de vários pesquisadores, o livro “Cacauicultura: estrutura produtiva, mercados e perspectivas“, organizado pelas professoras Andréa da Silva e Mônica de Moura, discute aspectos econômicos relativos ao mercado do cacau no mundo, com destaque para a região sul baiana.
A obra traz discussões que abarcam desde o surgimento da vassoura-de-bruxa nas fazendas de cacau até os novos mecanismos para o cultivo do fruto, destacando o processo histórico que resultou na crise cacaueira e as mudanças que reconfiguraram o panorama internacional. Os estudos apresentados também tratam dos mercados alternativos, como o cacau fino e o orgânico.
As pesquisas permitem perceber que a trajetória da cacauicultura na região demonstra que, apesar das ações que vêm sendo desenvolvidas para a recuperação das lavouras de cacau, não têm se conseguido a reestruturação produtiva e econômica.
A Ceplac não pode fechar as portas
Eduardo Salles
Uma das minhas missões no primeiro ano de mandato foi coletar o maior número de assinaturas de deputados estaduais, federais e senadores para forçar o Governo Federal a realizar concurso público na CEPLAC (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira). Entreguei o abaixo-assinado ao Governo Federal.
Na Assembleia Legislativa da Bahia, consegui a unanimidade e todos os parlamentares assinaram a lista. No Congresso Nacional, contei com o apoio dos deputados federais baianos Mário Júnior, Cacá Leão, Félix Mendonça Júnior e Davidson Magalhães, além da senadora Lídice da Mata, que me ajudaram a aumentar a quantidade de assinaturas.
O último concurso público realizado na CEPLAC já tem 28 anos e mais da metade dos quadros atuais estão próximos da aposentadoria. Na década de 80, eram cerca de 4.400 funcionários. Hoje, chega a 1.800. É fundamental a continuidade das atividades de pesquisa, assistência técnica e preservação de florestas. Se a CEPLAC precisa ser reestruturada, primeiro temos que assegurar que ela não feche as portas. Depois serão feitos os ajustes necessários.
(*) Eduardo Salles e deputado estadual e ex-secretário de Agricultura da Bahia