:: ‘Bruno. Julio Gomes’
Covid 19, um alerta em primeira pessoa
Julio Gomes
Desde algum tempo nossos artigos têm abordado, entre seus temas, a necessidade de enfrentarmos adequadamente as gravíssimas consequências da instalação da Covid-19 no Brasil, com enfoque tanto em ações institucionais quanto pessoais, aquelas que não cabem propriamente aos governos, mas a cada um de nós, de forma intransferível.
Porém, o que este escriba sinceramente não esperava era ver-se envolvido como paciente neste drama. Preferimos pensar sempre que os raios só cairão sobre as casas alheias…
Trabalhando com as equipes do Município de Ilhéus encarregadas de fazer a prevenção à Covid-19 nas ruas, em nossa equipe nos vimos, de um dia para outro, partes do problema. Mas fui eu quem parece ter desenvolvido os sintomas mais graves. Após uma semana em casa, sem apresentar melhoras, tive de ser levado ao Hospital, onde somente após cerca de uma semana de internamento logrei a melhoria tão desejada.
Goleiro Bruno: afinal, o que queremos com isso?
Julio Gomes
É de conhecimento público que vários times, entre eles o Fluminense de Feira de Santana, na Bahia; e o Operário de Várzea Grande, do Mato Grosso, tentaram contratar Bruno, porém tiveram de desistir após protestos da torcida, de populares residentes nas cidades onde os clubes têm sede, e da perda de patrocinadores.
Não questiono aqui a legitimidade dos protestos, sobretudo por parte das mulheres, que têm sido, no Brasil, vítima de um verdadeiro genocídio, cometido na maioria das vezes por ex companheiros ou maridos, que se julgam no direito de matá-las sumariamente, de forma cruel e covarde, confiando na enorme complacência de nossas leis ou na ineficácia do sistema punitivo em nosso país.
O protesto das mulheres e dos setores que as apoiam é mais do que legítimo, e deve ser respeitado e entendido como uma reação à violência e ao assassinato de mulheres que, absurdamente, ocorre todos os dias.
Entretanto, que fazer em relação à pessoa do goleiro Bruno? Ele, como qualquer ex presidiário, precisa retomar sua vida e, para tanto, sendo adulto e capaz para o trabalho, deve buscar encontrar um emprego, sendo lógico que o busque exatamente naquilo que fazia antes de cometer o horroroso crime que praticou, que é ser goleiro profissional.
Não sejamos hipócritas. Se você perguntar se eu ficaria feliz em ver o goleiro Bruno atuando profissionalmente no time para o qual torço, ou mesmo em qualquer outro clube de futebol, minha resposta pessoal, direta e objetiva seria: não.
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