:: ‘Antonio Zugaib’
As ondas de desenvolvimento e a cacauicultura do Sul da Bahia
Antonio Cesar Costa Zugaib
A cacauicultura do Sul da Bahia já passou por diversas ondas de desenvolvimento. Primeiro foi a onda de desenvolvimento agrícola quando os produtores de cacau: baianos, árabes e sergipanos substituíram as plantações de cana de açúcar com seus diversos engenhos espalhada neste rica capitania de São Jorge dos Ilhéus, por plantações de cacau. Com suor e luta os produtores de cacau implantaram nesta região um sistema denominado Cabruca, sistema este admirado no mundo inteiro, pois consegue extrair da terra seu valor econômico, conservando e preservando a mata atlântica.
Neste sistema de produção de cacau existente há cerca de 250 anos, a cacauicultura do Sul da Bahia despertou o mundo produzindo uma quantidade significativa de cacau estimulando o interesse de exportadores e processadores a se localizarem na região dando início a segunda onda de desenvolvimento, que chamamos de industrialização. Vieram os Kaufmann, implantando inicialmente o Chocolate Vitória, os Wildberger trazendo as empresas exportadoras e posteriormente as indústrias Barreto de Araújo, a Berkau, a Cargil, a Chadler, a ADM Cocoa, a Nestlé, assim como, através da organização dos produtores locais a Itaísa. Neste ciclo de desenvolvimento produzimos líquor, torta, manteiga e pó de cacau. Iríamos chegar a cobertura do chocolate quando uma série de fatores conjunturais e estruturais desagregaram a economia cacaueira, culminando com a chegada vassoura-de-bruxa provocando um retrocesso sem precedentes dessa economia, com fechamento de fábricas e descapitalização dos produtores.
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