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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

abril 2024
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:: ‘ABC da Noite. Walmir Rosário’

Colégio contribui para transformar Educação

Escola General Osório

Escola General Osório

Escola General Osório

Escola General Osório

Walmir Rosário

Walmir RosárioNo século passado estudar era uma dificuldade para as famílias menos favorecidas financeiramente lá pelos idos de 1930 até 1970, e poucos se aventuravam a concluir o curso ginasial e médio. O maior tabu era se diplomar nos cursos superiores. E os entraves era tirar um trabalhador da ativa, além conseguir uma boa escola e conseguir pagá-la, já que em sua maioria eram particulares.

 

 

No bairro da Conceição em Itabuna, onde cresci, a história nos mostra os caminhos tortuosos da educação, a começar que o ensino público não era, exatamente, uma prioridade de prefeitura e estado. Embora esses entes colaborassem, uma boa parte da educação ficava aos cuidados dos particulares e instituições religiosas, cujas mensalidades desencorajavam os pais de família com grande prole.

Nas décadas de 1920/30, no bairro da Conceição, o ensino teve início na rua da Palmeira (hoje avenida Félix Mendonça), a céu aberto, tendo como líder a professora Otaciana Pinto, também parteira. E funcionava nos passeios das casas, com mesa, cadeira da professora e quadro-negro, colocadas nas calçadas, enquanto os alunos traziam tamboretes, bancos ou se sentavam nos passeios.

O grande problema eram as constantes chuvas, quando os alunos corriam com os apetrechos e entravam nas casas. De acordo com o Memorial “Bairro da Conceição e os Primórdios”, de autoria das professoras Edith e Jiunice e o engenheiro agrônomo Sandoval Oliveira de Santana, foi uma luta política instalar a primeira escola pública estadual no bairro, o que somente aconteceu em 1941.

Com três filhos pequenos e sem escola pública, um dos moradores mais antigos do bairro,  Antônio Joaquim de Santana (Marinheiro) sentiu a necessidade de uma escola que possibilitasse a educação não somente de seus filhos, como a dos de seus amigos e demais moradores. Junto com o outro morador, Mecenas Oliveira, locaram uma casa para o funcionamento da Escola General Osório.

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Eurico Miranda aprovou a Angélica de Alcides

Antiga Casa Roma

Walmir Rosário

walmirGeograficamente, decidimos – o que vos conta a história e José Senna – localizar o Beco do Fuxico em três regiões distintas, nomeando cada um dos quarteirões entre a avenida do Cinquentenário à rua Ruffo Galvão em Baixo Beco, Médio Beco e Alto Beco. No Baixo Beco, o ABC da Noite, do Caboclo Alencar; no Médio Beco, Dorta e Batutinha; no Alto Beco, Alcides Rodrigues Roma (Casa Roma) e Pedro Ribeiro (Pedrão).

Na verdade, Alcides Rodrigues Roma não implantou sua mercearia para vender cachaça no pé do balcão. Seu foco principal era a venda dos secos e molhados para as casas de família do centro da cidade, antes do comércio “despejar” as residências das ruas Ruffo Galvão, Duque de Caxias, Rui Barbosa. Mesmo assim, sua clientela era formada pelos comerciários que aproveitavam a hora de “tomar uma” para abastecer a casa de víveres.

Com o tempo, Alcides aderiu de vez às cachaças da pura e temperadas com folhas das mais diversas e cerveja bem gelada para servir aos clientes amigos. E o negócio deu tão certo que a criatividade aumentou o fluxo de pessoas e mercadorias. Bastava subir os dois degraus da escada e se acomodar no apertadinho. Igualzinho ao coração de mãe, sempre cabe mais um.

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Os remédios e a hospitalidade na “Farmácia” de Dortas

A Farmacinha de Dortas

Walmir Rosário

walmirBem na subida no Beco do Fuxico no cruzamento com o Calçadão da Rui Barbosa se estabelecia Dortas (José Lins Andrade) com seus serviços de beberagem e corretagem zoológica, mais conhecida como jogo do bicho. Em Dortas, o serviço era especializado em cachaça com folhas, todas com receituário e bula, a depender dos sintomas apresentados nos clientes, e cerveja bem gelada.A clientela era bem variada, eclética como em todo o botequim que se preza. Uma casa com três portas, duas abertas e uma fechada (até a altura de três quartos), onde se localizava a única mesa. Ao lado da mesa e em cima do balcão um pequeno caixote com quatro litros de cachaça, dispostos estrategicamente. Em cada um dos quatro lados se repetiam quatro tipos da mais legítima cachaça com folha.

No caixote medicinal, Angico, Pra Tudo, Milome e Jatobá. Esse local – uma espécie de reservado – era destinado aos clientes da casa, gente que não perdia um dia sequer uma passadinha ao meio-dia e no fim da tarde. Era um ritual, beber uma para abrir o apetite antes do almoço e outras sem conta no final da tarde, a depender da disponibilidade e disposição do cliente.

Pelas duas portas entrávamos até um balcão comum, cuja utilidade seria delimitar o espaço dos clientes mais novos, pois os fiéis, useiros e vezeiros, se acomodavam onde queriam e podiam. No velho balcão, nenhuma mercadoria à venda, mas tinha muita serventia, pois guardavam alguns pertences e sacolas dos clientes, além de apoio de cinturas e braços da chamada turma do pé de balcão.

Do lado de dentro do balcão, uma geladeira comum, dessas de residência, um grande cofre, que na falta de dinheiro guardava as pules e os prêmios do jogo de bicho, e uma escrivaninha. Circulando nesse pequeno espaço, Dortas servia os fregueses do bar e do jogo de bicho, ao mesmo tempo em que dizia ser filho de Deus e solicitava que o incluíssem na rodada de cachaça a ser servida, por conta dos clientes, é claro.

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Desencontros no ABC da Noite

Por Walmir Rosário

walmirCliente assíduo por mais de 40 anos do ABC da Noite, o jornalista canavieirense aposentado Tyrone Perrucho, passeando por Itabuna, resolveu dar as caras para tomar umas batidas e rever o amigo Caboclo Alencar. Flanou pelo centro da cidade olhando as vitrines das lojas da avenida do Cinquentenário e adjacências até que chegasse o horário do Caboclo abrir as portas, exatamente às 11 horas, como manda a tradição.

E às 10h55min se apresentou e postou-se em frente ao estabelecimento, como um daqueles alunos rebeldes, ausentes do ABC da Noite por anos a fio, esperando ser o primeiro a se apresentar ao Caboclo como um aluno repetente. Mas eis que nesta fatídica quarta-feira o Caboclo Alencar não cumpriu o prometido, conforme a placa afixada na parede com o horário de funcionamento.

Mas o velho aluno não se fez de rogado e continuou postado no passeio aguardando a abertura para ter a primazia de ser o primeiro a se deliciar com uma batida de tamarino ou gengibre – de acordo com a linha de produção do dia. Exatamente às 11h27min, olhou em sua volta e se deparou com outros fregueses, que assim como ele, aguardavam ansiosamente o horário de abertura.

Caboclo fechado (1)Mas nada do Caboclo! Pelo olhar que dirigiam ao ABC da Noite – fechado –, pareciam crianças perdidas no meio da multidão à espera da mãe, que nunca aparecia. Eis que então, tomado por uma atitude impensada, dá mais uma olhada no aparelho celular para conferir o horário, confabula com os outros clientes rejeitados e toma a decisão de ir embora, sem voltar a se deliciar com as maravilhosas batidas do Caboclo Alencar.

Maravilhosas, deliciosas, apetitosas, tanto faz, e o desocupado Tyrone Perrucho, sentido o seu orgulho de cliente ferido, resolve ir embora, voltar para sua Canavieiras sem “molhar o bico” e tirar dois dedos de prosa com o Caboclo. Apesar da grande amizade que os une, Tyrone se sentiu traído, por sempre espalhar pelos quatro cantos do mundo a precisão britânica, guiada pelo relógio suíço de Caboclo Alencar, obediente aos horários de abertura e fechamento.

Antes de dar a meia volta e retornar a Canavieiras para dar expediente na Confraria d’O Berimbau, estabelecimento que não prestigia os horários, desde que cheguem após as 10h51min, fez questão de mirar seu celular para a frente do ABC da Noite e clicar uma foto. Da próxima vez que voltar a Itabuna irá exibi-la ao Caboclo com o olhar de reprovação pelo desleixo num dos costumes mais tradicionais da cidade.

Mas o jornalista não foi o primeiro a dar as caras nas portas fechadas do ABC da Noite em horário de pleno expediente, colegas frequentadores tantos já tiveram o mesmo dissabor ao não poder se deliciar das saborosas batidas antes do almoço. Chegam, se postam em frente do ABC e ficam esperando que, como num passe de mágica, o Caboclo Alencar apareça do nada para servir sua batida predileta.

Como um filhote de pássaro à espera da mãe para regurgitar o precioso alimento, olham para as portas esperando que se abram, olham para o relógio e não se conformam com o descumprimento do horário. Aos poucos outros vão chegando e se associando ao misterioso sumiço do Caboclo, que sem mais nem menos deixa os clientes como filhotes famintos abandonados no ninho.

Ia me esquecendo, e deixo aqui os devidos esclarecimento para os desavisados: Uma placa de bronze fixada na parede proclama os horários de abertura e fechamento do régio expediente: De segunda a sexta-feira: das 11 às 12h30min e das 17 às 19 horas; aos sábados, das 11 às 12h30min; sem expediente aos domingos. De minha parte, acho um exagero a atitude do exigente Tyrone Perrucho, afinal, aos 89 anos bem vividos, que mal faz o caboclo relaxar o horário de vez em quando?

Relaxado não é adjetivo para ser aplicado na impoluta figura do Caboclo Alencar, considerado uma autarquia nos meios em que frequenta. O Caboclo se encontrava no merecido período de férias, que gozava na aprazível capital alagoana – Maceió – com sua esposa, integrando uma caravana do não menos impoluto radialista itabunense Cacá Ferreira, o que justifica a ausência.

Tyrone Perrucho que marque outra viagem a Itabuna!

 





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