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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘106 anos’

Santa Casa de Itabuna completa 106 anos

 

Fundada em 28 de janeiro de 1917 por um grupo de lideres locais – formado por fazendeiros, comerciantes e religiosos, dentre outros – a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna (SCMI) celebra, neste sábado (28), 106 anos de prestação de serviços para população da Bahia e outros estados do país. A data será lembrada com uma missa de ação de graças na Capela do Hospital Manoel Novaes, a partir das 9h.

Atualmente, os hospitais administrados pela Santa Casa de Itabuna atendem moradores de mais de 140 municípios pactuados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no sul, extremo-sul, baixo sul e oeste da Bahia. Em Itabuna, no Hospital Calixto Midlej Filho, são realizadas cirurgias vascular, geral, otorrinolaringologia, plástica, cabeça e pescoço, aparelho geniturinário, oncológicas, cardíacas, bariátricas e torácicas.

Na unidade hospitalar são feitos também procedimentos de implantação de marca-passo, proctologia, aparelho digestivo, urologia e nefrologia, ortopedia, traumatologia, odonto trauma bucomaxilo facial, neurocirurgia, mastologia e ginecologia/histeroscopias.

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Uma cidade de portas e de braços abertos

itabuna aerea (2)

Daniel Thame

No princípio eram os sergipanos e os árabes (aqui chamados de turcos, embora fossem majoritariamente libaneses). Uns fugindo da seca e da fome, outros fugindo da fome e de guerras tribais e/ou religiosas no Império Otomano.

Ambos em busca de um Eldorado localizado nas matas do litoral sul da Bahia, em cujas árvores brotavam frutos de ouro. Tudo ao alcance das mãos e do trabalho árduo, posto que mesmo árvores carregadas de ouro não brotam do chão, assim sem mais nem menos.

Quis o destino, Deus ou Alah. a depender da fé da cada um, ou simplesmente o destino, para os que não professassem fé alguma, que sertanejos e árabes se encontrassem num arraial localizado algumas léguas acima de Ilhéus, já então uma cidade com ares de metrópole, dominada por coronéis de romance e povoadas de senhoras castas e damas dadivosas, que um certo Jorge Amado iria eternizar poucas décadas depois.

O arraial, às margens de um rio tão caudaloso que recebeu o nome de Cachoeira, atendia pelo singelo nome de Tabocas.

Severinos e Kalids, Teixeiras e Marons, Alves e Berberts, Oliveiras e Kruschewskys, Silvas  e Lavinskys, Bastos e Chaloubs, Leones e Midlejs, Barretos e Wenses, Dantas e Laythnners.

Todos eles recebidos de braços abertos para que fizessem fama e fortuna Uns fizeram fama, outros fizeram fortuna. Uns poucos fizeram ambas as coisas.

Mas todos, indistintamente, fizeram deste pedaço de chão a sua pátria definitiva, porque pátria não é necessariamente um espaço delimitado por fronteiras, mas a terra que se escolhe para viver.

E então, antes mesmo de Itabuna ser Itabuna, já era uma cidade com essa característica de abrigar todos aqueles que chegam em busca de uma oportunidade para começar ou recomeçar a vida.

Dizem os estudiosos da formação de cidades que toda localidade cortada por uma grande rodovia – no caso de Itabuna a BR 101, que liga o Sul/Sudeste com o Nordeste do Brasil – é naturalmente aberta ou receptiva.

Faz sentido, mas quando nem havia BR-101 e nem havia propriamente Itabuna, a efervescente Tabocas já era assim, como bem demonstraram os já citados sergipanos e árabes.

Está no DNA de Itabuna.

A essecódigo – digamos “genético” -, soma-se outro não menos fundamental para explicar uma cidade com uma capacidade absurda de driblar as crises provocadas pelo fruto que era mesmo de ouro, mas não era imune às pragas e, bem mais tarde, quase na virada do século XX, a bruxarias: o espírito empreendedor.

Baianos do sertão, sergipanos, capixabas, paulistas, mineiros gaúchos.

Aqui chegaram e plantaram sementes que frutificaram.

Manoel Chaves, um modesto comerciante vindo do sudoeste baiano, que aqui construiu um império e que seu filho, Helenilson Chaves, personificou na construção do Shopping Jequitibá, talvez seja o maior exemplo dessa saga empreendedora.

Mas há outros, como José Soares Pinheiro, José Oduque Teixeira, Edmar Margotto, Ervino Binow, Ailton Messias, Nicodemos Barreto, Oscar Marinho Falcão, Hugo Kaufmann e Valtério Teixeira. Visionários em seu tempo, transformadores de sonhos em  realidade.

Nestas primeiras duas décadas  do século XXI, uma nova geração dá sequência a essa chama empreendedora que não se apaga.

Estão aí os novos empreendimentos, desafiando a crise.
O ciclo do cacau se foi, mas Itabuna se reinventa como o maior polo regional de comércio, prestação de serviços, ensino superior, saúde privada e lazer/entretenimento.

E honrando a sua tradição e sua história continua de portas e braços abertos, recebendo com o carinho de cidade-mãe os novos filhos que aqui chegam e que, em pouco tempo, se convertem em legítimos itabunenses,  com muito orgulho.

Do sertanejo (sempre um forte), do árabe (sempre um obstinado) e dessa mistura de origens e raças surgiu uma raça única, especial: os grapiúnas.

Que, afinal de contas, somos todos nós, nesse chão adubado ao longos de décadas com sonhos, suor, esperança,  empreendedorismo, trabalho e uma confiança inabalável no futuro.

Itabuna sempre e para sempre!

(*) Daniel Thame é paulista por acaso do destino,
baiano por opção e grapiúna de alma e coração





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