A VIDA NUM MINUTO
EUA 1×0 Argélia. Parece até roteiro de Hollywood. Os Estados Unidos empatavam com a Argélia e e davam adeus à Copa.
Até que, no último minuto, Donavan aproveitou um rebote do goleiro argelino e fez o gol salvador.
E mais: os EUA com seu futebol a la Rock Balboa (apanha, mas sempre se salva) acabaram em primeiro no grupo.
O SONHO (AINDA) NÃO ACABOU
Inglaterra 1×0 Eslovênia. A Inglaterra jogou para se classificar fez 1×0 e rezou para o tempo passar. Rooney, mais uma vez, passou em branco.
O time inglês é bem ruinzinho, mas como o grupo era fraco, levou susto, mas avançou. E em segundo!
O jeito é ressuscitar os Beatles, que podiam não bater um bolão, mas cantavam pra caramba.
SÃO JOÃO NA BOA
Hora de pegar a estrada e curtir a festa mais tradicional do Nordeste em Ibicui, Itororó, Itapetinga, Itagiba, Uruçuca, etc.
E hora de ter juízo nas estradas, evitando as irresponsabilidades que tantas vítimas tem ceifado.
Enfim, vamos e voltemos, na paz de Deus e na festança de São João, com tudo o que temos direito.
Vender a mãe e não entregar
Na Copa do Mundo de 1974, a então Alemanha Ocidental entregou o jogo para a sua irmã Alemanha Oriental, que a Guerra Fria separou por um muro. Perdeu de 1×0, numa marmelada monumental.
O objetivo era fugir do confronto com o Brasil e a Holanda na fase seguinte, e encarar adversários mais fáceis para chegar a final.
Chegou e no embalo acabou derrotando a própria Holanda por 2×1, conquistando o bicampeonato.
Na Copa de 1990, a mesma Alemanha fez um jogo de compadres contra a Áustria, a partida terminou empatada, os alemães “fugiram” da dona da casa, a Itália, e de novo chegaram a final, desta vez contra uma remendada Argentina.
Alemanha tricampeã do mundo.
Entregar uma partida ou fazer jogo de compadres para escolher adversários teoricamente mais fáceis na fase seguinte não é bem o espírito do futebol e dá botinadas no fair-play, mas não condena ninguém ao desterro ou ao fogo do inferno, quando a meta é achar um caminho mais fácil para chegar ao maior dos objetivos, a conquista do título.
A estratégia alemã vem a propósito diante da situação do Brasil na Copa.
Prevalecesse a lógica e o Brasil, primeiro do grupo G, enfrentaria o Chile ou a Suíça, que brigariam pela segunda vaga do grupo H, que tinha a Espanha como favorita.
No grupo G, a lógica prevaleceu e o Brasil, mesmo sem jogar um grande futebol, passou pela Coréia do Norte e pela Costa do Marfim.
Ocorre que a Espanha não seguiu a lógica, perdeu da Suíça, ganhou na bacia das almas de Honduras e vai lutar pelo segundo lugar do grupo H, neste caso, para enfrentar o Brasil.
Óbvio que, mesmo com a Espanha cambaleando, em tese é muito melhor pegar o Chile, nosso velho freguês, e avançar para as quartas de final.
O problema é que não temos o pragmatismo alemão, já que para o brasileiro o futebol é essencialmente paixão (embora o time atual seja racional até demais) e fica difícil imaginar Dunga pedindo para os jogadores entregarem a partida para os portugueses.
Não faz parte da nossa cultura esse tipo de atitude. Ou de falta de atitude.
Resumo da ópera: o Brasil joga para vencer os portugueses e confirmar o primeiro lugar do grupo. Depois, que venha Chile, Suíça ou Espanha.
Porque esse Brasil pragmático, sem graça e com um técnico que é o supra-sumo do mau humor e da grosseria, está com uma cara de hexacampeão…