WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia
hanna thame fisioterapia animal

prefeitura itabuna sesab bahia shopping jequitiba livros do thame




Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

abril 2024
D S T Q Q S S
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
282930  


:: ‘Notícias’

Calcinhas inglesas, cuecas brasileiras


Ian Stafford é prefeito de Preesall, uma insossa cidadezinha no interior da Inglaterra.

Ou melhor, era.

Ele renunciou ao cargo depois que foi flagrado cometendo uma irregularidade. A população não perdoou aquilo que considerou má conduta do administrador que elegeu para zelar pela cidade.

E lá se foi o mandato de Ian Stafford.

Seu crime?

Roubar calcinhas.

Por fetiche ou por algum, digamos, desvio freudiano, o fato é que as câmeras que tudo vigiam, flagraram Ian, primeiro numa loja, depois numa casa, surrupiando as calcinhas de suas recatadas cidadãs.

Pego com as calças, perdão, as calcinhas, na mão, Ian Stafford ficou sem o cargo, eventuais mordomias e voltou à sua antiga profissão de jardineiro, que lá na Inglaterra tem até certo status, mas nada que chegue perto da nobre função de prefeito.

E ainda teve que devolver as calcinhas às suas legítimas donas.

-0-0-0-0-

José Roberto Arruda é governador da Brasília, a capital do Brasil, centro do poder político do país.

E tudo indica que continuará sendo

Ele não renunciou ao cargo mesmo flagrado pelas câmeras cometendo aquilo que por aqui se chamada popularmente de gatunagem.

Arruda foi filmado, com uma qualidade de imagem que não deixa margem para interpretações dúbias, recebendo maços de dinheiro de um assessor que operava um generoso esquema de propinas em seu governo.

Teve a preocupação de sair com o dinheiro sem ser notado e para isso recorreu a uma proverbial sacola, dessas que gente honesta usa para fazer compras e alguns políticos usam para levar dinheiro roubado dos cofres públicos.

Se Arruda recorreu às sacolas, seus auxiliares, igualmente flagrados recebendo propinas, recorreram às cuecas para esconder o dinheiro, prática que nos últimos anos tornou-se padrão no Brasil, elevando a produção de modelos tamanho GG.

Com notória cara de pau, Arruda disse que o dinheiro da sacola era para compra de panetones para distribuir aos pobres no Natal. Rendeu muitas piadas, mas punição que é bom, nada.

E, por fim, mantido no cargo, Arruda passou ainda mais óleo de peroba na cara de pau, ao dizer que perdoava seus detratores e que pedia perdão por seus erros.

Como se, em vez de surrupiar recursos oriundos Deus e os corruptos sabem lá de onde, tivesse atravessado um sinal vermelho, deixado de ajudar uma velhinha a atravessar a rua ou roubado (ops) o pirulito de uma criança.

-0-0-0-0-0-

De Ian Stafford, pode se dizer que deu o azar de ter nascido num país onde roubar calcinhas é crime, seja ele um jardineiro ou um prefeito.

De José Roberto Arruda, pode se dizer que deu a sorte de ter nascido num país onde roubar é ou não é crime, a depender do status de quem rouba.

Pensando bem, nessa coisa de calcinhas e de cuecas, há que se inverter o espírito da coisa.

Sorte tem os ingleses e azar temos nós, brasileiros.

FILHO DO BRASIL, CIDADÃO DO MUNDO


Um menino nasce no paupérrimo sertão de Pernambuco, em meio à seca que espalha a fome.

Viaja com a mãe e os irmãos num pau de arara durante 13 dias e ao chegar a São Paulo, encontra o pai ignorante e violento. Para sobreviver naquele ambiente de miséria absoluta, vende amendoim e engraxa sapatos.

A mãe, cansada das agressões, separa-se do pai. O menino e o irmão são criados com todos os tipos de provações. Para completar, numa noite de chuva forte, a enchente destrói os poucos pertences da família.


Já adolescente, ele vai ao cinema pela primeira vez, com uma roupa emprestada.

Realiza um curso no SENAI, aprende a profissão de metalúrgico, naquilo que parecia ser o degrau máximo de sua existência, e conhece a dureza da vida na fábrica.

Avesso à política, apaixonado por futebol, aos poucos vai percebendo a relação explorador-explorado que existe entre patrão e empregado. Na pressa para produzir mais e mais, perde um dedo num acidente de trabalho.

Mas ainda assim reluta em entrar no efervescente movimento sindical.

Por conta da precariedade do sistema de saúde pública, perde a mulher grávida e o filho que estava para nascer.

O clima de tensão na vida operária, que coincide com o endurecimento do regime militar, o empurra de vez para o sindicato, primeiro como diretor obscuro, depois como presidente, numa ruptura com o peleguismo vigente.
Torna-se um líder corajoso e carismático, capaz de reunir até cinqüenta mil operários em assembléias em que seus discursos mimetizam a multidão. Comanda uma greve que catalisa o país e começa a abalar as estruturas do poder militar.

É preso pela ditadura. A mãe, o esteio de sua vida, morre enquanto ele está na cadeia.

Da militância sindical, migra para a política. Ajuda a fundar um partido preferencialmente de trabalhadores.

Transforma-se numa liderança nacional, espécie de referência, de exemplo de superação.

Disputa uma eleição para Presidente da República. Perde.

Percorre o Brasil em caravanas da cidadania em que conhece, ou melhor, revê a miséria que atinge milhões de excluídos. Disputa de novo a eleição para Presidente da República. E, de novo, perde.

À frente de seu partido, comanda a mobilização por um país mais justo, menos desigual. Disputa sua terceira eleição para Presidente da República. Mais uma vez, perde.

Não desanima, continua sua luta.

Disputa pela quarta vez a eleição para a presidência da República. Vence.

Enfrenta um furacão provocado por uma crise ética no partido, sofre uma campanha voraz por parte da mídia, mas é amado pelo povo. Reelege-se com a maior votação da História.

Seu governo promove, como nenhum outro, a inclusão social. É atropelado por uma crise mundial, mas o país sai ainda mais forte do vendaval.

Torna-se uma liderança de dimensão planetária e garante seu lugar na História como um dos presidentes mais admirados que o Brasil já teve.

-0-0-0-0-

Se um filme com um enredo desses passasse em Marte, Júpiter, Saturno ou numa outra Galáxia, um ET estupefato diria:

-Isso só acontece no cinema.

Aconteceu na vida real e é a história de Luiz Inácio Lula da Silva.

Está em cartaz nos cinemas brasileiros e, visto sem o maniqueísmo “adoro/odeio” Lula, tem pouco ou quase nada de propaganda política disfarçada e muito de uma história de superação, de que a perseverança e uma boa dose de sorte são capazes de driblar até essa entidade trapaceira chamada destino.

O FILHO E A FILA


Depois de assistir ao filme “Lula, o Filho do Brasil” no cinema do Shopping Jequitibá/Itabuna (lotado), o cidadão resolveu fazer umas comprinhas no Hiper Bompreço.

Encarando uma espera interminável para chegar ao caixa, comentou com bom humor:
-Gastei mais tempo na fila do Bom Preço do que assistindo o filho do Brasil.

E olha que o filme tem quase duas horas de duração!

Como diria Lulinha, ô fila da p…

INFELIZ ANO NOVO


Cariocas, paulistas e gaúchos, numa vasta extensão deste Brasil continental, entraram em 2010 chorando a tragédia provocada pelas chuvas.

No Rio de Janeiro, a paradisíaca Angra dos Reis se transformou num inferno, com os deslizamentos de terra que ceifaram dezenas de vidas.

Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, as chuvas provocaram inundações de proporções diluvianas. Milhares de famílias ficaram desabrigadas, cidades ficaram isoladas, casas foram destruídas e muitas pessoas perderam a vida.

Mais do que perder aquilo que foi construído com tanto sacrifício, chorou-se pelos mortos. O bem material se recupera, a vida não.

Enquanto uma parte do Brasil sofria com as chuvas, uma parte considerável dos Estados Unidos, Canadá, Europa e da Ásia penava com as maiores tempestades de neve das últimas seis décadas. A neve parou o sistema de transportes, provocou acidentes, afetou cidades inteiras e matou muita gente.

O que parecia paisagem de sonho, coisa de cartão postal ilustrado com Papai Noel saindo lá dos confins do Pólo Norte, se transformou num pesadelo. Um mundo branco, congelado e sombrio.

Chuvas no Brasil, neve no Hemisfério Norte e, como se fosse pouco, terremoto no Oceano Pacífico, provocando o medo de novos tsunamis. Nas ilhas destruídas pela fúria dos terremotos, mais mortos.

A chuva, a neve e o terremoto que causam mortes e devastação seriam fatos isolados, mera coincidência terem ocorrido ao mesmo tempo ou conseqüência de uma mesma causa, a forma como o planeta vem sendo explorado pelo homem?

Pelo menos no caso brasileiro, não se pode atribuir a culpa pela tragédia à natureza. Os deslizamentos de terra ocorreram em áreas de encostas, onde a ocupação urbana foi feita de forma desordenada e, em alguns casos, irresponsável.

O mesmo vale para as enchentes, que afetaram a capital paulista e outras cidades. Ocupações irregulares, expansão imobiliária sem planejamento, assoreamento de rios, córregos e canais, destruição de encostas. Tudo isso somado, a força das águas ganha dimensões incontornáveis.

Aas tragédias se tornam inevitáveis.

Enquanto houver omissão as autoridades, falta de planejamento urbano e gente ocupando espaços inadequados para moradia (mas, aí é por conta da necessidade mesmo), os fogos e as esperanças renovadas de um novo ano serão abafados pela dor de quem começou 2010 sem nada.

E pela ausência dos que, tragados pela fúria das águas, nem conseguiram entrar em 2010.

IMBECIS NO VOLANTE

No Sul da Bahia, esse ano como todo ano, as estradas tem sido cobertas com sangue dos acidentes quase diárias, com vítimas fatais e dezenas de feridos.

A imprudência ao volante continua sendo regra, num festival de irresponsabilidade.

Um bando de imbecis que, não contentes em arriscar a própria vida, coloca em risco a vida dos outros.

MAIS UM PASSO CONTRA A IMPUNIDADE


A Assembléia Legislativa da Bahia aprovou e o governador Jaques Wagner sancionou o Projeto de Lei número 18.468/2009, de autoria do Governo do Estado, que determina a concessão de indenização aos filhos e à viúva do jornalista Manoel Leal de Oliveira, em cumprimento ao acordo celebrado entre o Estado e os beneficiários, atendendo às recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos – CIDH, da Organização dos Estados Americanos – OEA. Trata-se de uma reparação pela morte do jornalista, assassinado em janeiro de 1998, num crime onde até agora foi condenado apenas o ex-policial Mozar Brasil, apontando como o autor dos disparos contra o fundador do jornal A Região, semanário com sede em Itabuna e circulação no Sul da Bahia.

Ao conceder a indenização, o Estado reconheceu responsabilidade no dever de zelar pela liberdade de imprensa e garantir a atuação dos profissionais de comunicação. O deputado estadual Capitão Fábio disse que “essa posição do governador Jaques Wagner é um exemplo de respeito à liberdade de expressão e ao papel importante de uma imprensa livre, democrática e comprometida com a verdade”. Para o deputado, “mais do que o valor material da indenização, a reparação sinaliza o fim da impunidade e o respeito aos jornalistas que exercem suas funções com dignidade”. A indenização será paga à família de Manoel Leal no dia 7 de abril. Dia do Jornalismo.

PARA BEBER E COMER

Isso porque é Nova Schin.

Se fosse Bohemia, vinha logo duas de brinde…

UM PARAÍSO CHAMADO SAQUAIRA



A luz da lua cheia se estende sobre o mar, como um tapete dourado a dar boas vindas aos visitantes.

A licença poética faz todo o sentido para se referir à praia de Saquaira, um dos muitos recantos ao longo da Península de Maraú, que se tornou mais acessível a partir da inauguração da estrada que liga Itacaré a Camamu.

Agora, são “apenas” 40 quilômetros de estrada de terra, até atingir praias como Algodões, Taipu de Fora, Barra Grande e a já citada Saquaira.

As praias são exuberantes, a natureza luxuriante e é possível escolher entre o sossego de Algodões e Saquaira e o agito de Taipu de Fora e Barra Grande.

Mas, o que vale mesmo é se encantar com o mar verde esmeralda, corais onde é possível mergulhar e descobrir como a vida pulsa sob a água, fazer caminhadas margeando infinitos coqueirais, admirar o nascer e o por do Sol e contemplar a Lua soberana a ofuscar as estrelas do céu.

Da licença poética para o surrado chavão: se o paraíso um dia existiu, Deus deixou um pedacinho dele na Península de Maraú.

O VELHO DANI RECOMENDA

Praia de Saquaira

Onde ficar: Pousada Flor da Lua. Apartamentos confortáveis, com tevê e ar condicionado, piscina e café da manhã decente. Localização privilegiada, em frente ao mar. Vale também papo agradável do administrador Washington Rosa, um carioca ex-militante de esquerda e diretor teatral, que tomou muita porrada no tempo da Ditadura Militar e se “exilou” por lá, e do faz-tudo Bigode, espécie de Sancho Pança de Washington.

Onde beber/comer: Cabana do Raul. Localizada em frente às piscinas de corais que se formam quando a maré está baixa. Cardápio variado, que vai do peixe frito à lagosta, passando pela moqueca e a mariscada, além de uma cerveja no ponto. O preço, talvez pela proximidade da praia, é meio salgado, mas a alegria contagiante e hospitalidade do Raul compensam.

Paz-2010-Amor


A imagem acima mostra um menino palestino enfrentando um tanque israelense com uma pedra.

Poeticamente, nos remete a um frágil e destemido Davi encarando um poderoso e truculento Golias.

E nos remete também à possibilidade bíblica de que o pequeno Davi derrote o gigante Golias.

Deixemos a poesia e a Bíblia de lado.

No mundo real, Golias sempre massacra Davi. Pela força econômica, pelo poderio bélico, pelo domínio tecnológico.

Com seus canhões de verdade e de simbologia.
Todos eles capazes de provocar destruição e/ou exclusão.

Entra ano, sai ano, as esperanças se renovam, mas os Golias continuam massacrando os Davis.

A imagem captada em 2009 é tudo aquilo que não queremos em 2010.

Parece utopia sonhar com um mundo sem pedras e sem canhões.

Um mundo em que Davis não tenham que enfrentar Golias. Um mundo em que não ajam nem Davis nem Golias.

Um mundo que, ainda nesta primeira década do século XXI ainda parece sonho, mas que precisa se tornar realidade, a partir do momento em que se perceba a inutilidade das guerras, a brutalidade das desigualdades.

Que se descubra e se valorize quão importante é viver em paz, cultivar o amor e a solidariedade.

É pouco provável, quase impossível, que num único ano, ocorra uma transformação que ainda não se deu em milênios.

Mas, na medida em que cada um começar fazer a sua parte nesse processo teremos um mundo pouquinha coisa melhor, até que se chegue, não importa quanto tempo, a um mundo muito melhor.

2010, com certeza, não será o ponto de chegada deste mundo de paz e de amor.
Mas pode ser o ponto de partida.

Depende de cada um de nós

Depende de todos nós.

E quem nunca teve essa vontade de mudar, talvez não o mundo, mas a própria vida e a
vida das pessoas que estão próximas, para melhor, que atire a primeira pedra.

Melhor dizendo, que use a pedra para construir essa nova realidade.

VIDAS SECAS


Rios que viram riachos. Riachos que viram uma réstia de terra seca.

Centenas de cabeças de gado esquelético, disputando porções de água lamacenta no que restou dos açudes.

Pessoas percorrendo distâncias imensas com latas d´água na cabeça.

Nos céus, nenhuma nuvem.

E quando elas se formam, anunciando o que todos esperam, vem a decepção. Nada cai do céu.

Parece o retrato de uma das muitas regiões do sertão nordestino, onde a seca é um flagelo.

Mas é o retrato do Sul da Bahia, uma região onde tempos atrás a seca era uma coisa distante, abstrata.

A imensidão de Mata Atlântica e a exuberância das florestas garantiam um clima ameno e as chuvas providenciais.

Tempos que ficaram para trás na maior parte das terras que, de tão férteis, geravam duas safras de cacau por ano.

As cenas podem típicas dos rincões sertanejos podem ser observadas bem de perto por quem trafega pela rodovia BR 415, já a partir de Itapé, em áreas onde a lavoura de cacau, após a decadência provocada pela vassoura de bruxa foi progressivamente sendo substituída pela pecuária, uma atividade mais rentável.

A viagem prossegue por Ibicaraí, Floresta Azul, Santa Cruz da Vitória, Firmino Alves, Itororó, sai da BR 415 e entra na direção de Potiraguá. Cenários idênticos, pouco mato, muito pasto.

E, nessa época, muita, muita seca, com seus efeitos devastadores sobre a população que sofre com a falta de chuvas, que pena com a escassez de água.

Não há nada a fazer, senão olhar para o céu e apelar para a providência divina, rezar para que as nuvens, quando surgem, se transformem em chuva abundante.

Que faça encher os rios, renascer os riachos, devolver o verde e brotar a vida do chão seco.

O que ocorre no Sul da Bahia não é algo isolado.

Está inserido num contexto planetário de intermináveis agressões ao meio-ambiente, da destruição das matas e da exploração quase irracional dos recursos naturais.

Uma relação de causa e efeito onde o agressor um dia fatalmente será o agredido.

Não seria o cedo, em vez de esperar pelo imponderável, fazer alguma coisa para reverter esse quadro.

Enquanto ele ainda for reversível…

É Natal! E daí?

Um menino chamado Jesus passou pelo centro da cidade, entre calçadas, lojas e gente, muita gente.

Olhou vitrines, sonhou com brinquedos que provavelmente nunca terá.

Disputou restos de comida com cachorros em latas de lixo espalhadas pelas esquinas.

Dormiu sob marquises de lojas recém-inauguradas, com o luxo refletindo em seu corpo coberto com pedaços de jornais que anunciam escândalos políticos que não vão dar em nada, violência e mais violência e veleidades nas colunas sociais,

Um menino chamado Jesus pediu esmolas nas sinaleiras, uma camisa velha nas casas de família.

Não pediu, porque já não espera receber, gestos de carinho e atenção.

O menino chamado Jesus se contenta com uma roupa velha, um prato de comida.

Mas, quem é que tem tempo para esse menino chamado Jesus quando o Natal se aproxima?

É tempo de fazer compras, mesmo que comprometendo boa parte do salário no cartão de crédito.

De trocar de carro, escolher a roupa da moda, se programar para as inúmeras festas de reveillon.

De preparar a ceia de Natal, farta, alegre, muitas vezes esbanjadora.

Tempo dos amigos secretos, das festinhas de confraternização, de exibir aquele companheirismo de fachada de apenas um dia, quando a regra é o individualismo de todos os dias do ano.

Não há mesmo tempo para dar atenção a um menino, mesmo que ele se chame Jesus.

Que ele se chamasse João, Paulo, Pedro, José. Pouco importa.

É apenas mais um menino perambulando pelas ruas, sem passado, sem presente.

Provavelmente sem futuro.

É Natal.

Entre tantos compromissos sociais, presentes, projetos que nunca se concretizam para o ano que está chegando, não há tempo nem para um outro Menino, hoje não necessariamente a razão, mas apenas o pretexto para essa festança.

Um menino igualmente chamado Jesus, menos Divino e mais Humano, que viveu e morreu em nome de valores como igualdade, solidariedade, fraternidade, simplicidade.

O Jesus Menino e o menino chamado Jesus estão separados por quase dois milênios.

Ignorar as lições de do Jesus Menino explica a existência do menino chamado Jesus e de tantos e tantos outros meninos e meninas que perambulam pelas ruas.

Meninos e meninas, de todas os nomes, para quem não apenas Papai Noel mas também o Natal é apenas uma abstração em meio à fome e ao abandono.

As luzes de Natal lançam apenas sombras sobre uma realidade que fingimos não ver, cegos que estamos pelo egoísmo.

É Natal.

E daí?





WebtivaHOSTING // webtiva.com.br . Webdesign da Bahia