:: 13/maio/2023 . 12:13
Palavras e Maravilhas 7 – Mazé Torquato apresenta Maria d’Apparecida : negro luminosa voz.
Quem não esteve presente ontem, no Rio de Janeiro, para assistir apresentação de Mazé Torquato sobre Maria d’Apparecida, cantora afrobrasileira que não pôde fazer carreira no Theatro Municipal do Rio de Janeiro por causa da cor de sua pele pode acompanhar em vídeo, um depoimento emocionante.
Assista
Pet gordinho não é nada fofinho
Ansiedade x Síndrome do pânico
Cleide Léria Rodrigues
Hoje em dia a ansiedade, depressão e síndrome do pânico possuem verdadeira origem e experiências disfuncionais que causam grandes males a humanidade. Todos nós conhecemos alguém que vive ou já viveu dificuldades em relação a esta oscilação de humor. Sendo que o preconceito em relação a doenças é instigante e causadora de grande polêmica acerca de suas causas e tratamento.
Mas uma coisa é certa, a gente só sabe a dimensão de um sofrimento quando é nosso. Nem sempre é fácil falar que tem depressão ,ansiedade, pânico. Sendo que as pessoas portadoras de transtornos de ansiedade, depressão, sentem uma enorme Culpa por estarem nessa condição. O medo de um julgamento e de uma rejeição são diários e geram intenso sofrimento nessas pessoas.
Ansiedade e Depressão juntas, quando há uma crise deve ser observada. E quando se trata da ansiedade e pânico que são os maiores de comodidade dentro do transtorno depressivo é bom observadas as diferenças que há entre transtorno de ansiedade e síndrome do pânico. Porque as pessoas acham que as crises de ansiedade/pânico só acontecem quando estamos tristes ou nervosos, mas infelizmente elas acontecem até quando estamos felizes
É muito difícil explicar isso sem ouvir aquela frase: “Ah, mas você estava tão feliz, Porque está assim? “. Pois é, crises de ansiedade é isso!
Portanto a diferença entre ansiedade e pânico é a Emoção. Na ansiedade a emoção é natural que é antecipação de ameaça futura, emoções naturais e saudáveis, responsáveis pela proteção e manutenção da vida. Mas quando ela é elevada e passa a atrapalhar a sua vida, o seu dia a dia , deixa de ser natural e passa a ser uma ansiedade patológica.
A Mãe
Daniel Thame
Os olhos tristes e cansados da mãe contemplam o vazio. Um imenso e interminável vazio, formado por rios, florestas, animais selvagens e décadas de espera.
Os olhos tristes e cansados da mãe se enternecem e adquirem um brilho efêmero ao lembrar do menino carinhoso, do adolescente sonhador e do jovem idealista que, recém-formado em Medicina, em vez de salvar vidas, se engajou na luta para ajudar a salvar a nação do câncer de uma ditadura brutal.
Os olhos tristes e cansados da mãe se perdem naquela busca que parece interminável, naquela espera que é meramente esperança, do retorno do filho que para alguns se transformou em mártir de uma batalha perdida e herói de uma causa justa, mas que para ela é apenas um filho cuja ausência rasga o coração.
Os olhos tristes e cansados da mãe, olhos de tantas e infrutíferas buscas no Araguaia, sepultura invisível de seu filho, miram os céus, décadas e décadas de saudade, de uma ferida que insiste em não cicatrizar, como que a procura de um sinal.
Mas até a infinitude dos céus é engolida por aquela mata fechada, com seus fantasmas e mistérios, que devorou filhos, filhas, pais, mães, amigos numa guerrilha ainda não devidamente absorvida pela memória coletiva, travada que foi nos confins do Brasil profundo.
Dos céus, não vêm sinal algum.
Os olhos tristes e cansados da mãe só não perderam a esperança, porque esperança de mãe é como a chama eterna, que nem a dor da perda do filho querido consegue apagar.
Os olhos tristes e cansados da mãe esperam por um fiapo de corpo que seja, um punhado de ossos, que reconstruídos numa história de vida, resgatem a memória de quem foi para nunca mais voltar.
O que a mãe deseja, com seus olhos tristes e cansados, é poder sepultar o que restou do filho.
Para então, descansar em paz, e talvez, se reencontrar com ele numa dimensão que os olhos não alcançam, mas que o amor e a fé de mãe tem certeza de que existe.
(conto extraído do livro ´A Mulher do Lobisomem”, editora Via Literarum)
Há 60 anos nascia o CEPEC, sem prazo de validade
Walmir Rosário
Parece que foi ontem! Esta é a impressão que o engenheiro agrônomo Luiz Ferreira da Silva deixa transparecer no livro “A Fazenda Corumbá que virou Ciências (Cepec), 60 anos atrás”. Em janeiro de 1963, ainda com o diploma cheirando a tinta, ele aporta em Itabuna para iniciar sua vida profissional no ainda embrionário Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), mais ou menos convicto das dificuldades que o esperavam.
Assim que recebeu o diploma na Escola Nacional de Agronomia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) passou a analisar três propostas de trabalho: da Acar-ES, da Sudene, em Pernambuco, e do Ministério da Agricultura no Sul da Bahia, em convênio com a Ceplac. Duas dessas bastante conhecidas e conceituadas, e ainda por cima, já estava com a passagem aérea enviada pela Sudene para iniciá-lo no emprego.

Luiz Ferreira da Silva
Mas, por ironia do destino, Luiz Ferreira se influencia com uma explanação do engenheiro agrônomo Frederico Afonso sobre o início da operação da Ceplac na cacauicultura, inclusive com o levantamento dos solos da região cacaueira. Bom aluno de matéria Pedologia, ainda teria o seu professor Marcelo Camargo, como orientador. Soube de todas as dificuldades que passaria numa região inóspita, mas resolveu topar a parada.
E assim, em 22 de janeiro de 1963, Luiz Ferreira desce do Dart Herald da Sadia no aeroporto de Ilhéus para correr os quatro cantos das terras do cacau. Nesta época, o Cepec, que se transformou no maior centro de pesquisas de cacau do mundo, sequer existia. Pelo que ele conta, o ditado “tirar leite de pedra” era verdade e a ciência começava a ser feita numa casa sede da Fazenda Corumbá.
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