Em seu mais recente relatório, publicitado ontem (9), a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) disponibiliza números consolidados do ciclo de produção da soja (safra 2021/22), na região Oeste do estado. O boletim traz que a colheita alcançou 99% da área total plantada, que é de 1,782 milhão de hectares. O aumento da área plantada em 5,3%, em comparação ao ciclo anterior, ajudou a impulsionar uma produção de 7,056 milhões de toneladas, a maior já registrada com a soja no Oeste, superando os 6,8 milhões de toneladas do ciclo anterior.

 

Por conta das fortes e prolongadas chuvas, e consequente diminuição do fotoperíodo, a produtividade caiu para 66 sacas/ha. Ainda assim, um resultado muito bom, já que o número atingido na safra 2020/21, de 67 sacas/ha, é o maior de todo o ciclo histórico da cultura na região Oeste.

 

“O excesso de chuvas e a redução do fotoperíodo nos levaram a acreditar, no primeiro momento, em um grande impacto negativo na produtividade média da soja. Mas o produtor da região surpreendeu novamente e foram colhidas 66 sacas por hectare. Esse resultado tem forte contribuição das tecnologias e técnicas de manejo implementadas pelos agricultores, que vêm construindo, ao longo do tempo, um solo de alta qualidade no Oeste baiano”, comenta o presidente da Aiba, Odacil Ranzi.

No tangente ao preço de mercado, o ano também se mostra favorável ao agricultor. Nesse início de maio, a saca da soja está sendo comercializada, em média, por R$ 171,00, sendo que, no mesmo período do ano passado, custava R$ 160,00, o que dá um acréscimo de 6,8%. Um aumento que conservou o viés de alta, já que o grande salto se deu entre os períodos 2019/20 e 2020/21, quando a saca foi de R$ 85,00 para R$ 160,00.

 

“A soja tem uma importante produção na Bahia, sempre pesando bastante em nossa totalização de grãos. Ultrapassamos, agora, a barreira das 7 milhões de toneladas e há muito a ser comemorado por isso. O agronegócio representa, já há alguns anos, cerca de um quarto da atividade econômica baiana e no ano de 2021 chegamos a atingir 27,1%, o que mostra a importância do setor para o estado”, dimensiona o secretário da Agricultura da Bahia, Leonardo Bandeira.

 

Os números de produção e produtividade de soja, na Bahia, são quase que totalmente vinculados ao Oeste, região que responde por mais de 99% da oleaginosa cultivada no estado. Os municípios produtores são Barreiras, Riachão das Neves, Formosa do Rio Preto, Santa Rita de Cássia, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério, Correntina, Jaborandi, Cocos, Coribe, Baianópolis, Cotegipe, Cristópolis, Wanderley e Tabocas do Brejo Velho. Além do Oeste, há plantios, em fase inicial ou em menor escala, nas fronteiras da região conhecida como Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia) e também em alguns municípios do Médio São Francisco (Malhada, Serra do Ramalho e Carinhanha).

 

 

No detalhe – A produtividade média da soja na região Oeste, este ano, ficou em 66 sacas/ha. Mas algumas cidades superaram esse número, que, aliás, é muito bom. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, na safa 2020/21, a média brasileira da soja foi de 58,6 sacas/ha.

 

“A tecnologia empregada nas propriedades, aliada ao clima favorável, tem destacado a região Oeste, que é umas das mais produtivas do Brasil. Nas últimas safras foram medias de produtiva acima da nacional”, diz o gerente de Infraestrutura e Agronegócio da Aiba, Luiz Stahlke.

 

Em Barreiras, Riachão das Neves, Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia a produtividade média atingiu 67 sacas/ha, ou seja, a mesma média que, ano passado, valeu para toda a região e foi marco do até hoje recorde histórico em produtividade de soja no Oeste da Bahia.

 

“É preciso lembrar que esta atual safra de soja ainda pertence a todo o cenário mais drástico da pandemia. Havia dificuldades: com transporte de insumos, de trabalhadores, com permanência desses trabalhadores, com a necessária segurança, nos locais de plantio e colheita, enfim, entraves variados. Problemas que foram sendo superados pelos empreendedores e trabalhadores do campo. Então, os números da soja que estão sendo apresentados, representando novo recorde no setor, são para serem muito comemorados”, finaliza o secretário Leonardo Bandeira.