Onde o Brasil encontra o mundo
Anna Lívia Ribeiro
Se tem uma coisa que gosto de fazer é viajar: visitar e revisitar lugares compõe a minha história. Me ajuda a ser uma pessoa melhor. Acredite!
Desta vez escolhi São Paulo, centro financeiro do Brasil, que está entre as cidades mais populosas do mundo com uma diversidade cultural e arquitetônica presentes nas suas ruas, avenidas e becos. E foi por alguns deles que me aventurei durante uma semana.
Como um dos maiores destinos turísticos do Brasil, já saí de Ilhéus com um roteiro pré-definido porque é inimaginável fazer tudo o que eu queria em uma semana. E lá se foi a nordestina explorar os cantos e encantos de São Paulo.
No trajeto do aeroporto de Congonhas até a Bela Vista meus olhos atentos já iam registrando os mais diversos grafites que dão vida aos prédios, fachadas de lojas como uma manifestação da arte genuinamente urbana e que me encanta sobremaneira.
Comecei pelo reduto dos paulistanos, o Ibirapuera que é um parque urbano. É um passeio de um dia inteiro. Por lá, o que não faltam são opções: aluguel de bikes, pista de corrida, descanso em área verdes, prédios públicos, Bienal, Obelisco, Pavilhão Japonês, museus. Aqui destaco o museu de Arte Moderna e o Museu Afro Brasil que, através do seu acervo, nos conta diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas, ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.
Ainda na trilha dos museus, visitei o da Língua Portuguesa, o museu de São Paulo (MASP), da Imagem e do Som (MIS), Itaú Cultural, Pinacoteca e no prédio da FIESP exposição sobre o Modernismo e assisti uma peça sobre a vida de Frida Kahlo no Teatro SESI. Todos com suas peculiaridades, singularidades, particularidades.
Mas, sem dúvida alguma, os que mais me fascinaram foram o Museu Catavento, um museu interativo que se dedica às ciências e sua divulgação e um lugar que você aprende enquanto se diverte, além do incrível Beco do Batman, museu a céu aberto, tradicional endereço do grafite paulistano, escondido entre as vielas da boêmia Vila Madalena. É o paraíso para quem gosta de arte urbana.
Entre um museu e outro e, como uma boa taurina que sou – que come de 3 em 3 horas – o turismo gastronômico não poderia ficar de fora. Quando você pergunta ao paulistano um programa imperdível na cidade, muitos são certeiros na dica: “comer um sanduiche de mortadela no Mercadão”.
O famoso lanche – quase almoço – de pão francês com exagerados gramas do embutido é um dos atrativos do Mercado Municipal. Que vale a visita não só pelo sanduiche, mas pela importância histórica e arquitetônica do prédio que hoje se destaca, também, como polo cultural e turístico.
E o que dizer do pastel com caldo de cana que não foi em uma feira livre, mas na Avenida Paulista em frente ao MASP em pleno domingo. São Paulo é uma cidade que merece ser visitada. Ela está cheia de lugares incríveis e que promovem experiências únicas, como o domingo na Paulista que é fechada para o trânsito de carros. Caminhar pela avenida, pedalar, patinar, fazer fotos, visitar a Japan House, a Casa das Rosas, o mirante do SESC. Com feirinhas e artistas, observar a diversidade humana e cultural que esse pedaço de chão icônico nos oferece.
É possível ver essa cidade frenética de cima. E um dos lugares que nos proporciona essa vista é o prédio Altino Arantes. Mais conhecido como Farol Santander, Banespa ou Banespão. Além da vista, somos convidados a percorrer as exposições instaladas pelos seus andares e a própria história do antigo banco Banespa.
As grandes cidades brasileiras enfrentam diversos problemas, destacam-se as questões da moradia, desemprego, desigualdade social, saúde, educação, violência e exclusão social. Foi uma semana de imersão cultural: encantar-me com as belezas e enxergar as mazelas desse universo que é a capital paulistana.
Fazer turismo, para mim, é isso: olhar de cima, para cima e contemplar a arquitetura moderna dos prédios da Avenida Paulista. Mas, também, olhar para baixo, para os lados e enxergar o meu entorno. Perceber e compreender o espaço a partir dos meus sentidos e dos meus valores pessoais.
Gosto de saber, viver, sentir o lugar e as pessoas.
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Anna Lívia Ribeiro é Ilheuense, Mãe, Avó, Agente de Viagens, Graduanda em Gestão Turismo, Pedagoga, Especialista em Educação infantil, Mestra em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional. @viadestinoviagens @viagemturismopacotes
Parabéns Anna Lívia pela excelente matéria.
Que delícia de crónica! Já conheço Sampa, a Pauliceia Desvairada, mas a cronista Ana Lívia me fez percorrer essa São Paulo diversa e instigante de forma extraordinária. Conseguiu, assim, me deixar “doido” para reencontra o destino e os points tão bem apresentados. Gostaria de depois enviar esse texto, sobretudo, a esses locais visitados. Os responsáveis precisam dessw valioso retorno. Patabens