Cleide Léria Rodrigues

cleide l 2Que tal conhecer um pouco do universo da psicoterapia? Você já parou para pensar que uma grande maioria de pessoas só buscam o processo quando estão no limite das suas emoções?

Estamos na semana da psicologia e como psicóloga tenho percebido como são frequentes os casos que envolvem a busca do processo de psicoterapia quando estão no limite das suas emoções. E eu tenho como objetivo orientar sobre quanta diferença pode fazer na vida de alguém o processo de cuidado da saúde emocional.

E se você nunca fez ou não percebeu até o momento o quanto a psicoterapia é importante, é porque você ainda não sabe que o psicólogo ajuda a cuidar dos problemas emocionais, e comportamentais.

Quem sofre ou já sofreu de problemas emocionais como a ansiedade e a depressão sabe as dores e consequências que uma doença emocional traz na vida de uma pessoa e, de todas as outras que a cercam.  Além disso, alguns sintomas surgem e ninguém percebe achando que pode ser uma fase, que vai passar.   Sendo assim, podem até pensar que é um período de tristeza, ou de grande excitação e assim passa despercebido por quem vive a doença e por quem convide com a pessoa em adoecimento.

Mas, é essencial identificar se esses sintomas que iniciam com tristeza, euforia, ou medo em grande intensidade é realmente uma mudança comportamental ou um transtorno psicológico que precisa de atenção. Não podemos esquecer que algumas doenças são invisíveis aos olhos de quem sente ou convive com a pessoa que sofre desses transtornos.

O desenvolvimento da doença de ordem emocional, pode gerar perdas de produtividade nas tarefas cotidianas, e fazer a pessoa ter um sentimento de vazio, falta de propósito de vida, levar a paralisação e em alguns casos até pensamentos de morte.

Mas, é natural a pessoa não reconhecer o quão importante buscar ajuda, faz parte do senso comum que uma parcela da população ainda tenha preconceito em buscar ajuda emocional, utilizando até rótulos como “A psicoterapia é para louco”, “Se eu quiser falar sobre os meus problemas com alguém, eu vou buscar na mesa de bar”, ou “Basta somente eu procurar uma religião que eu vou ficar bem”. E esses são só alguns mitos que nos deparamos quando não conhecemos o processo psicoterapêutico. No entanto, é preciso pensar na psicologia preventiva com mais seriedade ainda mais diante da situação atual. Saiba que, indivíduos saudáveis ou em risco podem apresentar comportamentos saudáveis como uma forma de prevenção, mas, a negação em procurar ajuda não para por aí e isso não é nada bom.

Felizmente a população tem tido maior abertura para a saúde emocional e recorrendo ao tratamento psicológico. Esse quadro vem crescendo de forma significativa e, as pessoas buscam apoio para tratar questões do cotidiano, crises pessoais, problemas afetivos, familiares, profissionais, entre outros… E existem pessoas que buscam a psicoterapia para esconder sua dor mesmo que por um tempo apenas.

Mas é necessário que a pessoa entenda que, para que o processo evolua é preciso uma cooperação mútua, e o sujeito precisa estar disposto a fazer psicoterapia, e não algo imposto por um familiar, é preciso que seja por iniciativa própria. Lembrando que, todas as informações tratadas dentro do “setting” terapêutico com o psicólogo são sigilosas, obedecendo os parâmetros estabelecidos pelo código de ética do psicólogo. Conforme :

Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim

de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas,

grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.

E, o consultório de psicologia é o local em que o paciente se sente acolhido, seguro, respeitado e compreendido. O processo de psicoterapia tem início, meio e fim e a sua durabilidade não há como determinar, depende de cada pessoa pois, cada um tem o seu processo e cada caso é singular.

O cliente tem direito a liberdade de escolha inclusive para resolver interromper o processo psicoterapêutico a qualquer momento, porém, antes de desistir é de grande valia refletir sobre o motivo e os impactos dessa quebra do processo e comunicar com o psicólogo a respeito do motivo da sua desistência.

Antes de concluir então, minha dica como psicóloga é que você não deixe a sua saúde emocional de lado, se cuide e faça psicoterapia, os benefícios são inúmeros e frequentemente as intervenções feitas por psicólogos atuantes na área da saúde mental, concentra em aliviar os impactos do estresse, com o intuito de promover mecanismos de enfrentamento e funciona como a maior rede de apoio social.

Saia dessa de achar que existe “cura” imediata, se o assunto é adoecimento emocional o processo de cura ou estabilização é um processo, e cada indivíduo tem o seu tempo… Nada acontece do dia para a noite, é preciso três atitudes. PACIÊNCIA, FOCO E COMPROMETIMENTO.

Cleide Léria Rodrigues

Psicóloga Clínica  – CRP03/18383.

Especialização  – Saúde Mental e Atenção Psicossocial  .