Aline Barros

 aline barros BTDiante do cenário de pandemia o distanciamento social entre alunos é necessário, existe um protocolo de lavagem das mãos, troca de máscaras, uso de álcool em gel, o não compartilhamento dos brinquedos, o não brincar juntos, não compartilhar merenda. Mas será possível que uma criança entre 3 e 4 anos cumpra todo esse protocolo? As crianças estão na fase de desenvolvimento e descoberta, elas querem brincar, interagir compartilhar coisas.

 

Esse comportamento exigido pelo protocolo de segurança, requer maturidade, disciplina, responsabilidade, coisas que não podemos exigir que uma criança tão pequena cumpra.  Não podemos esquecer que as crianças estão no processo de aprendizagem, onde as brincadeiras, as trocas entre si são inevitáveis, não podemos esquecer também que tudo isso faz parte da construção da socialização das crianças. Muitas vezes o brincar é visto como algo de quem não tem o que fazer, mas isso não é verdade, é na infância que as crianças recebem o suporte necessárias para o seu desenvolvimento físicos, motor, social, emocional, cognitivo, linguístico e comunicacional, portanto o brincar é importantíssimo para o desenvolvimento da criança, um mundo cheio de fantasia e imaginação. É importante proporcionar um ambiente com diversas possibilidades para a brincadeira e estimulação das atividades lúdicas, no ambiente familiar e escolar.

 

Todas as demandas se tornam mais difíceis quando falamos das crianças com necessidades especiais, principalmente as com Transtorno do Espectro Autista, que precisam do suporte para executar diversas atividades, para essas crianças é muito importante que a escola promova um encontro online com algumas atividades lúdicas e divertidas, apresente para criança a sala onde ela vai ficar, as coisas legais que tem dentro da sala, a professora, se tiver auxiliar também deve ser apresentada, essas coisas vão deixar a criança mais segura quando estiver na sala de aula, não será algo desconhecido para ela.

Para os pais que tem condições de enviar uma auxiliar para cuidar da sua criança na escola será ótimo. A auxiliar não é para passar atividade para criança, ela servirá para ajudar nas dificuldades e necessidades que sua criança apresentar.

 

Para as crianças que estudam na escola do município esse direito de uma auxiliar já é garantido por lei, a Lei Berenice Piana, de nº 12.764/12, criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, que reconhece que a pessoa com TEA é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.

 

Essas dicas podem ajudar sua criança querer está na escola:

 

– Deixe a criança levar um objeto que ela goste muito, pode ser um bichinho de pelúcia, um carrinho, uma boneca, ou qualquer outra coisa que ela queira;

– Transmita segurança para criança, se você disser que quando o portão abrir você vai está esperando a criança, cumpra, o maior medo da criança é ser esquecida pelos pais na escola;

– Envolva sua criança na compra de materiais, isso deixa ela mais estimulada para ir para escola;

– Mantenha o equilíbrio entre aconchego e firmeza, para que sua criança não se sinta fragilizada;

– Cuide do sono da criança, se ela estuda a tarde, se possível deixe ela dormiu um pouco antes da hora de ir para escola;

– Para as crianças tímidas ou com deficiência, você deve tirar fotos do que vocês fizeram juntos no final de semana, ou guardar o ingresso do cinema, se foi na praia trazer uma conchinha ou um pouco de areia, assim sua criança vai ter o que contar na hora da rodinha na escola;

– Explique para sua criança as coisas legais que ela vai aprender na escola, além das brincadeiras;

 

Portanto não se esqueça de verificar se a equipe escolar da escola da sua criança tem condições de cumprir todo protocolo exigido, garantindo para ela proteção e segurança.

 

Caso você perceba que mesmo assim sua criança ainda não tem condições de retomar as aulas presenciais, nem que vocês como pais não se sentem seguros, o melhor é deixá-los em casa e ir reforçando o conteúdo enviado pela escola, e se possível contratar uma professora particular para ir na sua casa pelo menos duas ou três vezes na semana para reforçar o aprendizado da criança.

 

Diante de tantos desafios não podemos parar, o novo assusta, mas coragem, consistência, confiança e determinação mudam qualquer situação!!

 

Aline Barros

Psicóloga Clínica Infantil e Neuropsicopedagoga

CRP: 03/20650