Hannah Thame

htVocês certamente já ouviram falar em Alzheimer, problema que acomete grande parte da população idosa no mundo. Mas já ouviram falar sobre a disfunção cognitiva em cães? Pois é, é uma doença semelhante ao Alzheimer, que pode acometer animais idosos. Vamos entender um pouco sobre essa enfermidade e quais as alterações que ela pode causar na vida do seu companheiro, caso ele venha a desenvolvê-la.

A cognição pode ser definida como a capacidade de percepção, consciência, memória e tomada de decisão frente aos estímulos do meio ambiente, sendo que a capacidade cognitiva pode ser modificada ao longo da vida. A síndrome da disfunção cognitiva canina  é causada por uma perda do funcionamento ou da estrutura dos neurônios, o que pode causar mudança de comportamento repentina, como dificuldades de percepção e de exercer funções rotineiras simples.

A causa da síndrome da disfunção cognitiva em cães ainda é de origem desconhecida, porém, acredita-se que mudanças ocorram no cérebro conforme o animal vai envelhecendo. Alguns animais desenvolvem quadros mais graves, se tornando totalmente dependentes dos seus proprietários para exercerem suas atividades, enquanto outros podem apresentar a doença de forma mais branda, com sintomatologias leves.

ernesto 2Os sinais clínicos mais comuns em cães que apresentam a síndrome são: alteração no padrão do sono, desorientação, olhar vago, dificuldade em reconhecer pessoas conhecidas, urinar e defecar em locais inapropriados, falta de apetite e agressividade. É importante que os proprietários estejam atentos às alterações de comportamentos dos seus animais, pois dessa forma, um diagnóstico precoce da doença pode ajudar na sua recuperação.

Infelizmente, não existe cura para a síndrome da disfunção cognitiva, no entanto, o uso de algumas medicações pode auxiliar no alívio dos sinais clínicos que os animais apresentam. É preciso procurar ajuda de um profissional capacitado para fornecer todas as informações necessárias sobre o tratamento. Vale ressaltar que o proprietário deve ter paciência para lidar com um animal que apresenta a síndrome, tendo em vista que ele precisa de cuidados especiais nessa condição.

 

(*) A Dra. Hannah Thame é Médica Veterinária e Mestre em Ciência Animal com ênfase em Sanidade Animal pela Universidade Estadual de Santa Cruz