El Pais-Foram quase seis meses trancada dentro de sua casa em Brasília. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março, até outubro, a aposentada Vânia Carvalho de Mendonça, 71, não colocou o pé para fora da soleira da porta. “Até as compras no mercado quem fazia era o meu marido”, conta. Em outubro a situação da crise sanitária no Brasil parecia estar melhorando, com o número de mortes e casos diminuindo semana a semana. O aniversário do neto, que Vânia não via há quase um ano, fez com que ela quebrasse sua quarentena. Entrou em um avião e viajou até São Paulo para participar dos festejos. De quebra, foi a um jantar na casa de amigos do filho, com outros oito adultos e sete crianças. Dias depois a idosa estava internada na unidade de terapia intensiva no hospital Albert Einstein, na zona sul da capital paulista, recebendo oxigênio, situação que se estendeu por cinco dias.

Brazil - COVID-19 - São Paulo | Os shoppings de São Paulo voltaram às atividades hoje (11). A decisão foi tomada após reunião da Prefeitura da capital com cinco representantes dos estabelecimentos, que se comprometeram a seguir protocolos de higiene e saúde pública para funcionar durante quatro horas por dia, em decorrência da pandemia do coronavírus. Os locais ficarão abertos entre 16h e 20h — um horário "alternativo", das 6h às 10h, também poderá ser adotado. É obrigatório o uso de máscaras por todos os clientes e funcionários. Shopping metro Tatuapé, teve fila com mais de 200 pessoas à espera da reabertura. - Foto: TONI PIRES - EL País | São Paulo 11.06.2020

 Foto: TONI PIRES – EL País |

O caso de Vânia não é exceção. Cada vez mais brasileiros das classes A e B que ficaram em quarentena no início da pandemia, contando com o privilégio do home office, chegam ao limite psicológico da tranca dentro de casa. A melhora dos números de contágios e mortes pela covid-19 e o relaxamento das restrições por parte do poder público, que liberou a abertura de bares e restaurantes, fez com que muitos isolados ganhassem as ruas pelo Brasil, muitas vezes sem o devido cuidado —como uso de máscara. De certa forma, a história se repete: o novo coronavírus chegou ao Brasil trazido por turistas de classe média que voltavam de férias na Europa, e agora encontra nesta mesma população terreno fértil novamente. “É possível afirmar que o início desta nova elevação do número de casos iniciou de novo pela classe A e B, assim como ocorreu em março. Mas logo foi seguida por um crescimento generalizado em todas as camadas da população”, afirma Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein.

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