Maradona, 59
Por ROBERTO VIEIRA
Duas camas.
Uma sala e quarto.
TV nenhuma.
Assaltos e miséria.
O pibe mestiço na branca Argentina.
Roca não apertaria sua mão.
Evita lhe daria uma camisa.
Peron era seu ídolo.
Um dia na pelada dos Cebolitas.
A bola veio alta.
Inatingível.
Dieguito pulou e descobriu-se imenso.
A mão de Deus fazia gol.
Deus existia e fazia gol.
Ele era Deus.
Um Deus pobre e faminto.
Um Deus craque menino.
Um Deus que sonhava em ser Rei…