maradona 2

Por ROBERTO VIEIRA

Duas camas.

Uma sala e quarto.

TV nenhuma.

Assaltos e miséria.

O pibe mestiço na branca Argentina.

Roca não apertaria sua mão.

Evita lhe daria uma camisa.

Peron era seu ídolo.

Um dia na pelada dos Cebolitas.

A bola veio alta.

Inatingível.

Dieguito pulou e descobriu-se imenso.

A mão de Deus fazia gol.

Deus existia e fazia gol.

Ele era Deus.

Um Deus pobre e faminto.

Um Deus craque menino.

Um Deus que sonhava em ser Rei…

martadona