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A TVE exibe nesta terça-feira (17) uma entrevista com o médico, cientista e escritor, formado pela Universidade de São Paulo, Drauzio Varella. Na entrevista concedida ao jornalista Bob Fernandes ele fala sobre diversos temas entre eles saúde, cigarro, legalização da maconha e contingente de presos no Brasil. O programa vai ao ar às 22h e poderá ser acompanhando também pela internet no Facebook, YouTube e Twitter da emissora.

Questionado sobre o estudo de redução do imposto do cigarro, com a justificativa de acabar com o contrabando, Drauzio afirma ser contra a redução do preço e critica a discussão sobre o assunto. “A Organização Mundial da Saúde classifica o cigarro como uma dependência de droga pediátrica, pois as pessoas começam a fumar a partir dos doze, treze anos de idade. Reduzir o imposto vai fazer as pessoas fumarem mais”, diz.

Drauzio criticou também a última lei aprovada sobre drogas. “É um retrocesso, estamos indo pra criminalização e tentando resolver esse problema pela via policial. Isso é um problema de saúde pública”, afirma.

Quanto à legalização da maconha, o médico acredita que diante da impotência do problema, todas as drogas, e não somente a maconha, serão legalizadas. “Não vamos ter cadeia para colocar tanta gente, não vamos poder alimentar o crime organizado dessa maneira porque vira um poder paralelo”, explica Drauzio, ao defender que usuários não devem ser presos.

Terceiro país em número de prisioneiros, o Brasil tem quase 720 mil pessoas na cadeia, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e China em população carcerária. Em 1989, quando começou a atender doentes nas cadeias, Drauzio lembra que havia no Brasil cerca de 90 mil presos e hoje, trinta anos depois, o país prende oito vezes mais. “O que nós ganhamos com isso? Hoje se anda na cidade com mais tranquilidade do que se andava há 30 anos atrás?”, questiona.

Na entrevista, Drauzio falou também sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Para ele, o que falta é organização no sistema que seria resolvida se a assistência primária funcionasse. “As pessoas poderiam ter sido tratadas numa unidade básica de saúde se o sistema funcionasse direito. A unidade básica está lá, mas como a consulta é marcada para uma semana, a pessoa acaba indo para o pronto socorro e lá fica aquele bando de gente”, explica.

O TVE Entrevista Especial será exibido em horário alternativo no sábado (21), às 17h30, no domingo (22), às 18h, e poderá ser assistido também no Portal www.tve.ba.gov.br/tveonline.