Eulina Lavigne

 

eulina lavigneEsta semana trago a frase de Martin Luther King para refletirmos um pouco.

“Todas as pessoas estão presas numa mesma teia inescapável de mutualidades, entrelaçadas num único tecido do destino. O que quer que afete a um diretamente, afeta a todos indiretamente. Eu nunca posso ser o que deveria ser até que você seja o que deve ser. E você nunca poderá ser o que deve ser até que eu seja o que devo ser.”

Esse texto nos convida a repensar a nossa forma de estar na vida e a nos perguntar qual é o meu propósito e a serviço de quem me coloco à disposição. Nos chama para  percebermos que somos uma rede e se um nó se desfaz, se aperta ou se afrouxa, vai reverberar sobre mim e sobre você.

maosRecentemente vivenciamos isto com a paralisação dos caminhoneiros e, infelizmente, muitos não se deram conta disso.

O que presenciamos foi uma corrida aos supermercados e postos de gasolina para auto-abastecimento, muitas vezes sem necessidade, alimentando o paradigma da escassez onde aprendi com o finado Oswaldo de Oliveira, que se materializa quando assim pensamos: não tem pra todo mundo. Se não tem pra todo mundo temos medo de que falte. Se temos medo de que falte, competimos para criar estoques. Quando criamos estoques, retiramos de circulação, diminuindo o fluxo. Quando diminuímos o fluxo, aumentamos o custo de transição. Quando aumentamos o fluxo de transição, excluímos aqueles que não podem pagar. E se excluímos aqueles que não podem pagar, a profecia se auto-realiza, ou seja, não tem pra todo mundo.

Quantas vezes  vejo na estrada um caminhão virado, com mercadorias espalhadas pelo chão e os carros estacionados para seus condutores levarem a parte que acham que lhe pertence. E não percebem o quanto atrasam o movimento do outro com este tipo de comportamento. E se todos se atrasam demoramos a chegar onde devemos estar. Porque será necessário, pararmos o que estamos fazendo para ajudar ou orientar essas pessoas a se alinharem no propósito e isto exige muito esforço.

Se nos conectamos com o paradigma da abundância, acreditando que tem para todo mundo e não precisamos competir para criar estoques, colaboramos para criar. Quando colaboramos para criarmos, aumentamos o fluxo, diminuímos o fluxo de transição e incluímos aqueles que não podem pagar e passa a ter para todo mundo!

É tão simples que não precisa desenhar e mesmo assim parece que “o meu pirão primeiro” ainda insiste em se apresentar no comportamento de muitos.

Quando a malandragem se instala ou o paradigma da escassez prevalece, se o desequilíbrio estiver presente, a tendência é que todos entrem neste fluxo.

Quando a maioria age corretamente e um age de forma desonesta, muitos se convertem para a desonestidade, pois, o princípio é que “não querem ser tratados como bestas” ou “não querem ser passados para traz”. Desta forma, preferem entrar no grupo dos desonestos, a focar naquilo que se propõe e incluir aquele que desejar se desvirtuar.

 

Penso que é importante observarmos que eu só viverei a abundância em sua plenitude, quando você for. Eu só serei plenamente feliz, quando você for. Porque as dores e os prazeres da vida pertencem a todos nós e não deve ser privilégio de uns em detrimento de outros.

Como cantam lindamente os Tribalistas: Somos todos eles, da ralé, da realeza, somos um só, um só. Um, dois, três, quando juntos somos muitos, somos um só. Um só!