Eulina Lavigne

 

eulina lavigneEra para ser a comemoração do 17º aniversário de Peerapat Sompiangjai que terminou em uma grande comemoração. Podemos dizer em 13 renascimentos e tantos outros.

Sem querer fazer analogias ou comparações, quero hoje refletir sobre o simbolismo que esse evento traz, pelo menos para mim, e que mobilizou muitos países e pessoas. Um evento forte de extrema grandeza e beleza apesar dos vários intemperes.

O nome da caverna completo é Tham Luang Khun Nam Nang Non – “a grande caverna e fonte de água da mulher adormecida da montanha”. Uma mulher adormecida que a todos nós acordou para juntos, de alguma forma, vivenciarmos os nossos medos, as nossas dores, a nossa esperança, confiança, resiliência, fé, união, ahhhh e principalmente o amor.

cavernaO amor ao próximo. O desejo de que tudo desse certo independente de quem fosse ou onde estivesse. As orações, os rituais com frutas, incenso e velas para demonstrar respeito ao espírito que protege a caverna; as músicas que eram cantadas na entrada da caverna e as mensagens escritas nos quadros das escolas e em tantas partes. Uma total entrega em prol da Vida!

Foi uma oportunidade para grandes aprendizados. E será que aprendemos? Para mim foi um chamado que recebemos para olhar para aqueles que sofrem e que se encontram em situação de vulnerabilidade. O que podemos fazer por alguém que está ao nosso lado e que poucas vezes nos importamos?  Será que precisamos estar perto para cuidar?

Como nos comportamos quando vivenciamos uma situação de grande risco? Será que paramos para respirar e aquietar a mente por um instante para retomar o equilíbrio necessário para buscar soluções viáveis? Ou nos desesperamos e abrimos mão de tantas possibilidades?

Presenciamos um grande exemplo com esses doze discípulos e um mestre, ex-monge que ensinou aos meninos a meditação para ajudá-los a ficarem calmos e parados para poupar ar e energia.

“A meditação nos ajuda a sair das profundezas das cavernas. Seja ela qual for.” Li essa frase em um post sem autoria. E, eu creio, que foi a meditação que contribuiu para que as crianças e o professor se mantivessem na caverna com o equilíbrio necessário para saírem vivos de lá. A meditação ajudou-os a lidar com o medo, a insegurança, a vulnerabilidade, a separação da família e ajudou-os, também, a unirem forças e se tornarem Um.

Além disso. associada a tantos esforços, com uma mobilização nacional e internacional estava a vontade de todos de encontrá-los vivos. E eles desejavam estar vivos e lutaram bravamente pela vida! E desejaram aquele bolo gostoso, aquela comida saborosa, um abraço e acima de tudo o amor dos seus familiares.

 

Muitos de nós fomos convidados a adentrar nas profundezas da nossa caverna e refletir sobre o que realmente importa.

E o que realmente importa? Você está aguardando uma resposta? Pois não há reposta.

Por que essa busca é pessoal e intransferível. É incessante e permanente. Adote a prática da meditação. Quanto mais entramos nas profundezas da caverna mais pedras encontramos. É necessário cavar e cavar, como fizeram os nossos guerreiros, e ter a confiança de que depois de revirarmos tudo, sentirmos dores, sem resistência e acharmos que tudo está perdido vem a solução. Somos vistos e acolhidos por nós e aceitos por todos.

A meditação hoje faz parte da minha vida. É uma prática que adotei como a que adoto ao escovar os dentes todos os dias. E sinto que é ela que contribui para que eu sustente os aprendizados mais desafiantes que a vida me proporciona.

Esses guerreiros nos encorajaram a acreditar que o impossível é imaginário. E a verdade é que, a força do querer e o equilíbrio nos levam a tentar sempre e a realizar! Tente outra vez! Porque quando queremos e somos sinceros, quando desejamos profundo vemos que somos capazes de sacudir o mundo. Vai! Tente outra vez! Há tempos nos ensinava o nosso querido Raul Seixas.

 

 

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Eulina Lavigne é mãe de três filhos, terapeuta clínica, Consteladora há 11 anos, Especialista em trauma, Mestra em Reiki Xamânico, Palestrante, Consultora em envolvimento humano e organizacional.