Daniel Thame

 

daniel charge cuba zapA Polícia Federal prendeu  os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda  e Agnelo Queiroz  e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli, que ocupava o cargo de assessor do ainda presidente Michel Temer.

Os três são alvo de uma investigação de um esquema de corrupção na reforma do estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, utilizado para a Copa de 2014 e que, a exemplo de outros estádios como os de Cuiabá, Manaus e Natal, se transformou num imenso e dispendioso elefante branco.

Verdadeiros monumentos à corrupção, plantados neste solo tropical, onde a roubalheira parece endêmica, desde que Cabral aqui aportou e Camões avisou ao Rei de Portugal que nesta terra em se plantando tudo dá.

E em seu roubando, dá mais ainda.

O Estádio Nacional (suprema ironia, Mané Garrincha, que lhe dá o nome, morreu bêbado e pobre) deveria custar R$ 600 milhões mas custou R$ 1,575 bilhão. Um ´superfaturamentozinho´ de apenas R$ 975 milhões.

Agnelo, Arruda e Tadeu não uma das pontas de um esquema que transformou a Copa num espetáculo para o torcedor (tirante aquele 7×1 que a Alemanha sapecou no Brasil) e numa maravilha para a ladroagem, que se esbaldou nos bilhões que o poder público investiu no evento.

jogo sujoMas, sabe-se lá porque que mistérios, há uma ponta que parece imune a todas as denuncias, apesar de uma CPI comandada por Romário ter revelado podridão e ladroagem em larga escala.

Trata-se da gloriosa (sic) Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, cujos dirigentes contam com uma espécie de blindagem.

Ricardo Teixeira, ex-presidente, e Marco Polo del Nero, atual presidente, são citados em várias estripulias. Teixeira, inclusive, chegou a devolver à FIFA parte do dinheiro surrupiado.

No Brasil, continuam serelepes, leves e soltos. E daqui não saem, daqui ninguém lhes tira, porque sabem que se saírem do país, correm o risco de serem presos, como aconteceu com o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, encalacrado com a Justiça dos EUA.

Já que o Brasil, ainda que com os excessos de um judiciário cada vez mais fora de controle e com claros atropelos à Constituição, está sendo passado a limpo, a faxina deveria chegar à CBF e a seus próceres agatunados. Moralizar o mundo da bola, que mexe com a paixão de milhões de brasileiros.

Mas, por ora, ainda não chegou.

E nem se sabe se vai chegar…