Entendendo o Glaucoma
Dra. Carolina França
O glaucoma é uma doença que exibe uma neuropatia óptica característica que pode resultar em perda progressiva de campo visual. O fator de risco mais importante é a PIO (pressão intraocular) elevada secundária a uma drenagem de humor aquoso reduzida através do ângulo de filtração. O glaucoma pode não provocar dor e os portadores dessa doença só percebem sua existência quando os danos são graves e irreversíveis. Se todo o nervo óptico for destruído, irá ocorrer uma cegueira definitiva. O Glaucoma pode ser: de ângulo aberto, de Ângulo Fechado, Congênito ou Secundário.
Os principais tipos de Glaucoma são Glaucoma Primário de Ângulo Aberto (GPAA), que é a forma mais frequente de Glaucoma. É uma doença geralmente bilateral, mas não necessariamente simétrica caracterizada por início na fase adulta, PIO > 21 MMHG, ângulo aberto, perda de campo e lesão glaucomatosa na cabeça do nervo óptico. Em geral, o glaucoma primário de ângulo aberto não apresenta sintomas. O paciente não sente dor e perde lentamente a visão, percebendo a perda quando o nervo óptico já está bastante lesado. Devido à ausência de sintomas, a melhor forma de diagnóstico desse tipo de glaucoma é o exame ocular periódico.
Já o Glaucoma de Pressão Normal: é uma variante do GPAA, caracterizado por PIO média menor ou igual a 21 mmHg, lesão do disco óptico e perda de campo visual , ângulo aberto, ausência de causas secundárias para glaucoma.
O Glaucoma Primário de Ângulo Fechado ocorre quando o sistema de drenagem é bloqueado, geralmente, pela íris (a parte colorida do olho) e o líquido não consegue penetrar na rede trabecular para ser drenado. O paciente apresenta dores de forte intensidade na cabeça e no olho, que chegam até a provocar vômitos e redução da visão. A pressão intra-ocular torna-se muito elevada e pode lesar o nervo óptico de forma rápida e agressiva. Este é o quadro de uma crise de glaucoma agudo, uma emergência oftalmológica que, se não tratada rapidamente, leva à perda visual irreversível, parcial ou mesmo total, em questão de horas
O Glaucoma Congênito é caracterizado pela má formação no sistema de drenagem do humor aquoso que ocorre em recém-nascidos e crianças. A criança apresenta lacrimejamento, dificuldade em tolerar a claridade, perda do brilho da região da íris – que passa a aparentar uma coloração mais azulada e opaca – e aumento do volume do globo ocular.
O Glaucoma Secundário é o aumento da pressão intraocular ocorre após doenças inflamatórias, catarata avançada, alteração dos pigmentos naturalmente existentes dentro dos olhos, hemorragia e obstrução de vasos intraoculares. Outra importante causa de glaucoma secundário é o uso de colírios de corticóide por tempo prolongado sem indicação e/ou acompanhamento do médico oftalmologista.
Há três tipos de tratamento para o glaucoma: uso de colírios, aplicações de laser e cirurgia.
O uso de Medicamentos (colírios ou comprimidos): é o tipo de tratamento inicial mais frequente. O objetivo é reduzir a pressão intra-ocular, seja pela diminuição da produção do humor aquoso, ou pelo aumento da saída desse líquido do olho. Dessa forma, haverá proteção do nervo óptico e, em consequência, a manutenção da visão do paciente.
O Hospital de Olhos Beira Rio conta com excelentes profissionais especialistas no assunto, quanto mais precoce o resultado, maiores serão as chances de controle. Vale lembrar, que proporcionamos atendimento no Programa SUS Glaucoma, fornecendo colírios gratuitamente através do governo federal, as terças, quartas e quintas. Pela manhã às 7h e a tarde 13h no ambulatório SUS.
A Dra. Carolina França é oftalmologista do Hospital de Olhos Beira Rio.