floresta uescO estudo Tropical forest loss and its multitrophic effects on insect herbivory executado pelo Dr. José Carlos Morante-Filho e Dra. Deborah Faria, ambos docentes do Departamento de Ciências Biológicas ( DCB) e pesquisadores do Laboratório de Ecologia Aplicada à Conservação (LEAC), da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), foi capa da revista Ecology (edição de dezembro de 2016), uma das revistas mais prestigiadas na área de Ecologia.

Segundo a professora/Dra. Fernanda A. Gaiotto, “o trabalho dos pesquisadores mostra, através da construção e teste de um complexo modelo de interações ecológicas, que o desmatamento da Mata Atlântica leva a um aumento no dano foliar causado por insetos”. Segundo os autores “esse efeito ocorre porque, quando uma determinada região é desmatada, a floresta que resta sofre profundas modificações em consequência da perda de árvores grandes e altas”.

Os professores/Drs. José Carlos Morante-Filho e  Deborah Faria assinalam que “em particular, a floresta se torna mais fina, mais baixa e mais rala, e este novo ambiente favorece a proliferação de populações de insetos herbívoros que consequentemente aumentam o consumo de plantas”. O trabalho mostra com clareza a maneira pela qual o desmatamento modifica determinados processos ecológicos que são importantes para o funcionamento das florestas tropicais.

No caso deste estudo o aumento do dano foliar causado pelos insetos herbívoros pode ainda influenciar a regeneração das populações de plantas e, portanto, de toda a floresta, uma vez que para crescerem e reporem os adultos, estas plantas terão que vencer a pressão de consumo imposta pelos insetos. Esta pesquisa foi desenvolvida dentro da Rede Sisbiota, uma rede de pesquisa financiada pelo CNPq e coordenada pela Dra. Deborah Faria, e contou com a colaboração de pesquisadores de universidades do México, Holanda e Alemanha.

São co-autores do trabalho, publicado no volume 97 da revista Ecology , de 12 de Dezembro de 2016, nas páginas 3315 à 3325,  os Drs Víctor Arroyo-Rodríguez, do Instituto de Investigaciones en Ecosistemas y Sustentabilidad, Universidad Nacional Autónoma de México, Morelia, Michoacán, México; Madelon Lohbeck, do Floresta Ecologia e Grupo de Gestão Florestal, Universidade de Wageningen, Países Baixos e Teja Tscharntke,  do Agroecologia, Georg-August-Universidade de Göttingen, Alemanha.