Governador Rui Costa recebe estudantes  da rede pública estadual premiadas nos Estados UnidosNa foto: Alunas Beatriz Pereira (17 anos) e Thayná dos Santos (16 anos)Foto: Carol Garcia /GOVBA

As jovens alunas do 3º ano do Ensino Médio na Rede Estadual, Beatriz Pereira, 17 anos, e Thayná Almeida, 16, foram recebidas na tarde desta terça-feira (26) pelo governador Rui Costa, na Governadoria, no CAB. No início de maio, elas se destacaram na International Science and Engineering Fair (Intel Isef), nos Estados Unidos, onde apresentaram um projeto sobre a identidade negra e quilombola no município de Antônio Cardoso, no centro norte do estado.

Rui parabenizou as alunas e incentivou a continuidade dos estudos como forma de inspirar outros jovens e toda a sociedade na melhoria da educação na Bahia. “Espero que o exemplo delas possa se multiplicar e contagiar os milhares e milhares de alunos da rede estadual, desejando que todos possam abraçar o Pacto pela Educação e convidar todos os professores, diretores [e] a família a se envolver”.

Dos 50 finalistas, o trabalho de Beatriz e Thayná foi um dos seis que receberam a distinção da Organização dos Estados Americanos (OEA) pela contribuição para o desenvolvimento regional da comunidade local.

 

Estímulo das famílias

Governador Rui Costa recebe estudantes  da rede pública estadual premiadas nos Estados UnidosAlunas Beatriz Pereira (17 anos) e Thayná dos Santos (16 anos)Foto: Carol Garcia /GOVBA Foto: Carol Garcia /GOVBA

Governador Rui Costa recebe estudantes da rede pública estadual premiadas nos Estados UnidosAlunas Beatriz Pereira (17 anos) e Thayná dos Santos (16 anos)Foto: Carol Garcia /GOVBA Foto: Carol Garcia /GOVBA

Moradora da comunidade quilombola de Paus Altos, na zona rural de Antônio Cardoso, Thayná é de uma família que sempre a estimulou a estudar. Além dos pais, que só fizeram ensino fundamental, ela credita à avó paterna e aos tios professores o apoio necessário para desenvolver o projeto. Prestes a concluir o ensino médio, a estudante afirma que deseja cursar Direito e seguir atuando em causas sociais.

“Eu quero ser advogada porque o município de Antônio Cardoso não é desenvolvido. Estudando e retornando para realizar todo o meu trabalho de pesquisa, vou ajudar no desenvolvimento do município e no fortalecimento da identidade negra”, planeja a jovem.

Filha de pai vigilante e mãe funcionária de restaurante, Beatriz também teve no núcleo familiar o maior incentivo para realizar um trabalho, reconhecido internacionalmente, que transforma a realidade da própria comunidade. O próximo objetivo é ingressar numa faculdade de Medicina. “Eu não teria chegado aonde cheguei, sem o apoio da minha família, e podemos dizer que estamos mudando a visão das pessoas no nosso município”.

Identidade negra

Um dos principais resultados obtidos através do projeto, desenvolvido no Colégio Estadual Antônio Carlos Magalhães, foi o maior reconhecimento da identidade negra entre os jovens do município considerado o mais negro do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que possui sete comunidades remanescentes de quilombos.

Orientadora de Beatriz e Thayná, a professora de Geografia Patrícia Peixoto destaca o efeito do trabalho nas meninas entre os colegas da Rede Estadual de Ensino. “O projeto despertou o interesse por novas perspectivas, o sonho de ter uma realidade diferenciada, de se tornarem autônomos e conquistar o espaço desejado por eles”.

Antes de apresentarem a pesquisa, em Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, as alunas foram classificadas, na feira de ciências da unidade escolar, e depois representaram a Bahia na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), por meio dos programas Ciência na Escola e Feira de Ciências e Matemática da Bahia. Agora as estudantes querem ampliar os contatos com outras comunidades quilombolas e registrar o material em videodocumentário.