choc 2A sexta edição do Festival Internacional do Chocolate e Cacau (FIC), encerrada no domingo, dia 27, no Centro de Convenções Luis Eduardo Magalhães, sinalizou o fortalecimento do empreendedorismo, setor que cresce acentuadamente em Ilhéus, através de programas desenvolvidos em parceria com a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (Sedic), do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e associações comunitárias. A Feira do Chocolate, principal atração da programação do evento, reuniu 48 expositores, entre eles, 18 produtores de chocolate gourmet e 30 representantes de diversas atividades produtivas que movimentam a economia ilheense e regional.

No primeiro ano, apenas quatro expositores apostaram no Festival do Chocolate, conforme relata a empresária Diva Landenberger, idealizadora da marca Chocolates Itacaré. “Somos a primeira agroindústria de chocolates finos do Brasil, por isso sempre marcamos presença neste evento, esperando que nosso exemplo se multiplique na região”. Ela enfatiza que utiliza um método moderno e diferenciado de seleção, fermentação, secagem e torra, que garante controle de todas as etapas do processo.

Opinião unânime entre os cacauicultores, o Festival do Chocolate fortifica o esforço dos que apostam na verticalização da produção investindo na fabricação de chocolate fino para o mercado nacional e internacional. Conforme pondera Fernando Botelho, idealizador da marca Modaka, um dos pioneiros do setor e expositor da Feira do Chocolate desde a primeira edição, a alternativa de agregar valor à cadeia produtiva do cacau é a saída para os que resistiram à profunda crise do setor a partir do advento da vassoura de bruxa.

choc 1Manejo da cabruca – O produtor acompanha os movimentos em prol da lavoura cacaueira há duas décadas e acredita que agora a região vive uma fase promissora, sobretudo após a assinatura do decreto estadual nº 15.180, de 2 de junho de 2014, que regulamenta a gestão das florestas da Bahia, conhecido como decreto do cacau cabruca. “Foi o maior avanço da cacauicultura baiana nos últimos tempos”, comemora Botelho.

O diretor presidente da Bahia Cacau, Paulo Ramiseces, diz que a Feira do Chocolate tem um papel tão importante para os produtores de chocolate fino orgânico, que já está precisando expandir, abrir mais espaços para expositores. “É uma oportunidade imperdível para a troca de experiências e divulgação do nosso negócio”, enfatiza.

A solução para essa questão do espaço, na visão do jornalista e empresário Hans Schaeppi, é a construção do Pavilhão de Feiras e Exposições de Ilhéus, anexo ao Centro de Convenções, bandeira que defende há anos. O criador do Chocolate Caseiro, a emblemática marca ilheense que abriu caminho para o setor no município, diz que a obra já está praticamente liberada pelo Ministério do Turismo.

Além de produtores de chocolate fino, o evento mostrou o trabalho de artesãos, artistas plásticos, associações comunitárias e órgãos governamentais nos 60 estandes montados no Centro de Convenções. Foram quatro dias de cursos, palestras, concursos e realização de negócios. “A cada ano, multiplica o número de interessados em participar e a presença do público, o que nos incentiva a continuar”, diz o idealizador e organizador do Festival do Chocolate, Marco Lessa.