A aproximação do cinquentenário do golpe de 1964 fez o deputado estadual Marcelino Galo, presidente da Comissão Especial da Verdade, da Assembleia Legislativa, mudar sua rotina. Galo quer acelerar o ritmo dos trabalhos nas oitivas dos ex-deputados cassados ainda vivos e viabilizar um trabalho de pesquisa histórica. “Ficaram poucos registros na própria Assembleia, sobre cada processo de cassação, e sem a maioria dos testemunhos dos cassados, vamos precisar recorrer aos arquivos dos jornais, ao Arquivo Público e a documentos dos órgãos da repressão”, explica o deputado.

Ele está em São Paulo desde ontem, onde participa de uma reunião de trabalho entre as comissões parceiras da Comissão Nacional da Verdade. Além de aspectos técnicos, como a metodologia para a tomada dos depoimentos, o coordenador da CNV, José Carlos Dias, apresentará a nova rede social a ser usada para o intercâmbio entre as comissões parceiras. A obstinação do petista tem uma razão objetiva: “o assunto é sério demais pra ser tratado como factóide. As comissões dão muita visibilidade, mas precisam ser efetivas e produzir resultados concretos”. Com poucos recursos para tocar os trabalhos, Galo quer atrair parcerias institucionais para viabilizar a pesquisa histórica e reconstituir os fatos que levaram às cassações e prisões de deputados.