O setor agropecuário aquecendo a economia do Estado, com geração de emprego e renda e, principalmente, promovendo a fixação do homem no campo, com alta produtividade e qualidade de vida, através da agroindustrialização. Este foi o desafio apresentado pelo secretário estadual da agricultura, engenheiro agrônomo, Eduardo Salles, durante palestra realizada no XXVII Encontro das Entidades de Economistas do Nordeste (ENE), que este ano aconteceu na capital baiana. O evento, organizado pelo Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA) no auditório da Federação da Indústria do Estado da Bahia (Fieb), trouxe para o centro das discussões a “Região Nordeste como expoente de crescimento econômico”.

Demonstrando as potencialidades da agropecuária para o crescimento econômico nos estados da região do Nordeste, o secretário explicou a agroindustrialização na Bahia como um elemento de sustentabilidade, agregando valor ao produto e gerando emprego e renda. “Agroindustrializar o Estado é uma das metas do governo Wagner”, disse ele, afirmando que “produzimos matéria-prima de qualidade e com regularidade em diversas culturas, como o algodão, laranja e guaraná. Então, não é justo que esses produtos sejam apenas exportados por não termos grandes indústrias na Bahia”.

Visando transformar esse quadro, o governo do Estado tem realizado missões internacionais com o objetivo de atrair empresários para investir na Bahia. Entre os resultados obtidos até agora estão uma indústria processadora de soja do grupo chinês Chongqing Red Dragonfly Oil Corporation que está sendo implantada em Barreiras; a Venezuela Alina, que inaugura ainda este ano uma fábrica de banana chip no município de Venceslau Guimarães, e o grupo Aurantiaca, que também este ano inaugura uma indústria processadora de coco para produzir leite de coco, óleo e água, no município de Conde, no litoral norte do Estado. Em Casa Nova, na região de Juazeiro, uma processadora de frutas será instalada para produzir sucos.

Além dessas, foram atraídas para o Estado e estão funcionando uma empresa do Grupo Coringa, processando milho em Luis Eduardo Magalhães, município que ganhou também a Avícola Mauricea; em Salvador, foi implantada a Sara Lee, torrefadora de café, enquanto que em Canavieiras está em pleno funcionamento a Unidade de Beneficiamento de Pólen. No Oeste da Bahia, empresários da Nova Zelândia produzem o leite da marca Leitissimo, ampliam as instalações e recebem novos empresários que se tornam parceiro do grupo.

De acordo com Salles, a agropecuária precisava de um planejamento de curto, médio e longo prazo, para que o produtor rural tivesse segurança ao investir em sua propriedade. “Era necessária a adoção de um planejamento estratégico, e para isso criamos as 22 câmaras setoriais das cadeias consideradas estratégicas, das quais participam o pequeno e médio produtor, a agroindústria, a iniciativa privada e o Estado. Hoje essas câmaras funcionam a pleno vapor com objetivos reais para os próximos 20 anos, independendo da gestão pública, servindo como exemplos para os demais Estados brasileiros”, destacou Salles. Essas câmaras estão elaborando os planos estaduais de cada cadeia. Já foram lançados os planos da borracha e do mel, e até o final do ano serão pelo menos cinco os planos concluídos.