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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

julho 2013
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O vinho, a água e o cacau

“Nos Alpes Italianos existia um pequeno vilarejo que se dedicava ao cultivo de uvas para produção de vinho. 
Uma vez por ano, acontecia uma grande festa para comemorar o sucesso da colheita.
A tradição exigia que nessa festa cada morador do vilarejo trouxesse uma garrafa do seu melhor vinho, para colocar dentro de um grande barril, que ficava na praça central.
Um dos moradores pensou: ´porque deverei levar uma garrafa do meu mais puro vinho? Levarei água, pois no meio de tanto vinho o meu não fará falta´.
Assim pensou e assim fez.
Conforme o costume, em determinado momento, todos se reuniram na praça, cada um com sua caneca para provar aquele vinho, cuja fama se estendia muito além das fronteiras do país.
Contudo, ao abrir a torneira, um absoluto silêncio tomou conta da multidão. Do barril saiu… água!
´A ausência da minha parte de vinho não fará falta´, foi o pensamento de cada um dos produtores…
Muitas vezes somos conduzidos a pensar: ´tantas pessoas existem neste mundo! Se eu não fizer a minha parte, isto não terá importância´.
E vamos todos beber água em todas as festas e não o bom vinho.”

Substitua-se “vinho” por “cacau” e a historinha acima, muito popular na Itália, tem tudo a ver com o nosso individualismo crônico, tão ou mais danoso do que a vassoura-de-bruxa.

Estamos propensos a achar que a responsabilidade é sempre dos outros e esperar de braços cruzados por uma solução para uma crise que já dura duas décadas.

Culpa-se o governo, culpa-se o clima, culpa-se o efeito estufa, culpa-se a alta ou a queda do dólar, mas falta justamente aquela força motriz, aquela união de esforços capaz de virar o jogo, aquele espírito empreendedor que em décadas passadas fez brotar uma civilização única.

Para que colocar o nosso esforço em prol de coletivo, se é mais cômodo esperar que os outros lutem, reivindiquem, trabalhem?.

O problema é que quando a maioria pensa dessa forma, a minoria abnegada é insuficiente para produzir a mudança necessária.

Em vez de uma lavoura de cacau fortalecida, com industrialização de matéria prima, projetos de diversificação e obras de infra-estrutura, nos resta a estagnação econômica.

Projetos importantes, que produzirão resultados a médio e longos prazos, a exemplo do PAC do Cacau, o Porto Sul e a Ferrovia Oeste-Leste, capazes de gerar um novo e duradouro ciclo econômico, são combatidos, como se em vez de progresso e bem-estar social, fossem nos trazer o apocalipse.

O que seria motivo de união gera cisão, por conta de interesses menores, disputas paroquiais ou questões políticas.

Foi-se o tempo em que era possível transformar água em vinho.

Ao que se sabe isso ocorreu apenas uma vez e seu Autor era dado a milagres, como fazer paralítico andar, cego enxergar, morto ressuscitar.

Hoje, o nome do milagre é trabalho, união, solidariedade, empreendedorismo.

Sem os quais não haverá colheita dos frutos e talvez um dia não haja nem água para beber, quanto mais o vinho para celebrar.

 

 

1 resposta para “O vinho, a água e o cacau”

  • Yan Santos says:

    Gostei demais dessa fábula. Em analogia a uva italiana que produzia o bom vinho, temos, além dos detalhes riquíssimos do texto, por demais pertinentes, o subproduto do cacau que jamais se transformaria em vinho, o mel do cacau, que as nossas prendadas mães e senhoras, faziam (ou fazem ainda, do que sobrou), um excelente licor. Eu, o jornalista Gilvan Rodrigues e o Milton Marinho, bebíamos de ficar de porre, lá nas bandas de Inema e Banco da Vitória. No tempo em que o eldorado grapiúna não era só ficção, e a gente feliz, embebecido pela a vaidade da riqueza, não percebia.

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