O domingo (30/9) marcou os 40 anos da morte de João Carlos Haas Sobrinho, médico leopoldense que integrou a Guerrilha do Araguaia durante o Regime Militar e foi morto em combate. No novo Centro Administrativo do Município, em frente ao busto do Dr. Juca, apelido do médico leopoldense, o Movimento Nacional dos Direitos Humanos (MNDH) prestou uma homenagem na manhã de sábado que reuniu parentes e amigos de João Carlos, além de militantes de seu partido e dos direitos humanos. “Eu via ele como uma pessoa incapaz de matar uma formiga. Mas ele já achava que a solução viável para combater a ditadura era a guerra civil”, conta Marco Aurélio Bemvenuti, 69 anos, amigo de juventude do guerrilheiro.

“A lembrança que tenho dele é de uma criança muito tímida, mas também muito inteligente”, recorda a prima Maria Luíza Linck. Também no sábado pela manhã, o médico foi homenageado no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, quando o diretor, Márcio Linck, recebeu de Sônia Maria Haas, irmã, um álbum digital com fotos, documentos e curiosidades de João Carlos. Na sexta-feira, a homenagem ocorreu no Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul (MUHM).

BIOGRAFIA

Em 1963, enquanto cursava Medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), João Carlos Haas Sobrinho foi eleito presidente do Centro Acadêmico Sarmento Leite. Após o golpe militar, teve a matrícula cassada ao ser preso pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) por ser militante de esquerda. Após liberado, a Ufrgs voltou atrás e Haas se formou. Em 1966, fez treinamento de guerrilha na China. No ano seguinte, abriu um hospital em Porto Franco, Maranhão. Em 30 de dezembro de 1972, morreu em combate contra fuzileiros navais do Exército Brasileiro no Pará. Até hoje, é dado como desaparecido pelo Exército. (do jornal  Vale dos Sinos)