Em evento organizado pela Secretaria de Agricultura do estado, com o objetivo de buscar caminhos para destravar o crédito na região cacaueira, os agentes financeiros, Banco do Brasil e do Nordeste, e os governos federal e estadual, através da Ceplac e Seagri-Ebda, pactuaram o compromisso da aprovação de 1.400 projetos para a região, sendo 500 para a região de Ilhéus, incluindo os municípios circunvizinhos que tem a mesma característica, e 900 na região de Gandu, sendo que cada banco ficará responsável por aprovar metade dos projetos.

Esse pacto foi um dos resultados das reuniões de trabalho realizados nesta quinta-feira (24), durante todo o dia, em Ilhéus e Gandu, com centenas de produtores, representantes dos bancos, da Ceplac, sindicatos, associações e cooperativas para debater esta questão. Os bancos se comprometeram também a estudar a proposta de ampliar de dois para três anos o prazo de carência para pagamento dos créditos para custeio. Uma comissão formada por técnicos da EBDA, Ceplac e Senar foi formada para interagir com os bancos e viabilizar o cumprimento do que foi acordado. “Nossos estudos mostram que três gargalos, crédito, assistência técnica e tecnologia, impedem ou atrapalham o desenvolvimento da agropecuária da região. Hoje focamos aqui no destravamento do credito”, explicou Eduardo Salles.

Para ter acesso aos recursos, os produtores vão elaborar projetos com assistência da Empresa Baiana e Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e da Ceplac. Com o aval dessas entidades, os projetos serão encaminhados às superintendências do BB e BNB, que darão o sinal verde para as agências na região. Esse processo vai agilizar a liberação do crédito. Equipes técnicas da EBDA e Ceplac vão trabalhar em sintonia com técnicos dos bancos para elaborar planilhas de custeio, relacionando o que os produtores querem fazer e quanto vão precisar.

Representando a Ceplac, o pesquisador Milton Conceição fez palestra mostrando as tecnologias disponíveis para o aumento da produtividade, indicando também as necessidades de recursos para custeio.

“A região está organizada e pronta para crescer. Só precisamos que os bancos sejam sensibilizados e liberem recursos para custeio e investimento”, afirmou Renato Dias Souza, presidente do Sindicato Rural de Gandu, região que se destaca por estar desenvolvendo a cultura do associativismo e do cooperativismo.

O superintendente do Banco do Brasil, (BB) João Batista, e o assessor da presidência do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), José Nunes Junior, debateram com os produtores as dificuldades e se comprometeram em contribuir para o desenvolvimento da região do cacau, que fatura anualmente R$ 600 milhões.

Destacando a importância de créditos para custeio e novos investimentos, Eduardo Salles disse que “estamos começando esse processo com a cacauicultura, mas devemos expandir para as demais cadeias prioritárias (leite, da fruticultura, ovinocaprinocultura, oleaginosas, aquicultura e pesca apicultura e mandioca, incluídas no programa Vida Melhor), lançando no final do ano passado pelo governador Jaques Wagner”.

Além do secretário, dos representantes do BB e BNB, do superintendente da Desenvolvimento Agropecuário (SDA), Raimundo Sampaio e os palestrantes, participam das reuniões os presidentes da EBDA, Elionaldo Teles, e da Adab, Paulo Emílio Torres; dirigentes de sindicatos rurais, associações e cooperativas de Ilhéus e Gandu, e da Associação de Produtores de Cacau (APC), além de gerentes das agência dos bancos e secretários de agricultura dos municípios.