Jay Wallace e Eduardo Salles (foto Heckel Junior)

Apesar da monília ou moniliase (enfermidade do cacaueiro causado por um fungo) não representar uma ameaça imediata à Bahia, maior produtor de cacau do Brasil, a Secretaria da Agricultura, através da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), e o Ministério da Agricultura (Mapa), através da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vêm buscando prevenir a entrada desta praga, que assola principalmente países produtores de cacau da América Latina e que fazem fronteira com os estados do Norte.

Durante audiência com o diretor-geral da Ceplac, Jay Wallace, para alinhar ações do Salon Internacional du Chocolat, que acontecerá na Bahia em julho próximo, e tratar da implantação de um polo chocolateiro na região Sul, o secretário da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, mostrou-se preocupado com a situação em que os estados fronteiriços se encontram. Salles, que também é presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), comunicou que colocou na pauta do próximo encontro dos secretários estaduais, dia 28, em Rondônia, o assunto relativo à prevenção da moniliase.

Pelo seu conhecimento técnico, Salles sabe que é praticamente impossível impedir a entrada de uma praga em outro território, mas acredita ser possível retardar a entrada da doença no país. “Na verdade, não queremos que uma praga como esta, que se mostra mais drástica que a vassoura-de-bruxa, possa causar um novo dano social a uma das regiões agropecuárias mais importantes do Estado. Não temos a ilusão que a Bahia consiga barrar definitivamente a chegada da moniliase, mas queremos atrasar esse processo ao máximo até que a pesquisa agropecuária possa encontrar meios para desenvolver a tecnologia de combate, através de variedades resistentes ou produtos químicos”, explicou.

Jay Wallace parabenizou a iniciativa do secretário em pautar um assunto de extrema relevância no Conseagri e se prontificou a estar presente na reunião com os secretários, além de enviar um técnico da Ceplac para ministrar palestra sobre a doença. “Felizmente, a monília não existe no Brasil, mas ela se faz presente em países irmãos. Mesmo distante da área de risco, a Bahia vem atuando com excelência na área. É aqui que temos um dos melhores desempenhos de defesa agropecuária”.