:: 23/dez/2011 . 18:26
É NATAL. E DAÍ?
Um menino chamado Jesus passou pelo centro da cidade, entre calçadas, lojas e gente, muita gente.
Olhou vitrines, sonhou com brinquedos que provavelmente nunca terá.
Disputou restos de comida com cachorros em latas de lixo espalhadas pelas esquinas.
Dormiu sob marquises de lojas recém-inauguradas, com o luxo refletindo em seu corpo coberto com pedaços de jornais que anunciam escândalos políticos que não vão dar em nada, violência e mais violência e veleidades nas colunas sociais,
Um menino chamado Jesus pediu esmolas nas sinaleiras, uma camisa velha nas casas de família.
Não pediu, porque já não espera receber, gestos de carinho e atenção.
O menino chamado Jesus se contenta com uma roupa velha, um prato de comida.
Mas, quem é que tem tempo para esse menino chamado Jesus quando o Natal se aproxima?
É tempo de fazer compras, mesmo que comprometendo boa parte do salário no cartão de crédito.
De trocar de carro, escolher a roupa da moda, se programar para as inúmeras festas de reveillon.
De preparar a ceia de Natal, farta, alegre, muitas vezes esbanjadora.
Tempo dos amigos secretos, das festinhas de confraternização, de exibir aquele companheirismo de fachada de apenas um dia, quando a regra é o individualismo de todos os dias do ano.
Não há mesmo tempo para dar atenção a um menino, mesmo que ele se chame Jesus.
Que ele se chamasse João, Paulo, Pedro, José. Pouco importa.
É apenas mais um menino perambulando pelas ruas, sem passado, sem presente.
Provavelmente sem futuro.
É Natal.
Entre tantos compromissos sociais, presentes, projetos que nunca se concretizam para o ano que está chegando, não há tempo nem para um outro Menino, hoje não necessariamente a razão, mas apenas o pretexto para essa festança.
Um menino igualmente chamado Jesus, menos Divino e mais Humano, que viveu e morreu em nome de valores como igualdade, solidariedade, fraternidade, simplicidade.
O Jesus Menino e o menino chamado Jesus estão separados por quase dois milênios.
Ignorar as lições do Jesus Menino explica a existência do menino chamado Jesus e de tantos e tantos outros meninos e meninas que perambulam pelas ruas.
Meninos e meninas, de todas os nomes, para quem não apenas Papai Noel mas também o Natal é apenas uma abstração em meio à fome e ao abandono.
As luzes de Natal lançam apenas sombras sobre uma realidade que fingimos não ver, cegos que estamos pelo egoísmo.
É Natal.
E daí?
Claudia Barthel no céu do mundo
A Rede TV exibe neste sábado, dia 24, um programa especial produzido e apresentado por Cláudia Barthel, repórter e apresentadora, que teve passagens marcantes pela TV Cabrália e TV Santa Cruz. Cláudia Barthel estece no Nepal, conhecido como “céu do mundo”, onde fica a parte mais alta da cordilheira do Himalaia, onde está localizado o Monte Everest, a maior montanha do planeta. Claudia visitou o local sagrado em que nasceu Sidarta Gautama, a última encarnação de Buda e visitou templos religiosos que são ao mesmo tempo locais de demonstrações de fé e pontos turísticos.
Em meio à pobreza extrema, a apresentadora se defrontou com tradições milenares e personagens que mais parecem ficção. Somente no Nepal, são 29 milhões de habitantes, de 12 etnias, que convivem harmonicamente, apesar das diferenças culturais e religiosas. É comum encontrar templos hindus com influência arquitetônica budista e budistas freqüentando templos hindus. “A presença de Buda é uma constante, como se ele reencarnasse em cada uma das pessoas que habitam aquela região mágica e mística”, afirma Claudia Barthel,
O programa especial da Rede TV vai ao ar às 21;45 horas. Imperdível.
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