Eva Chiavon

Garantir à Bahia competitividade na aguerrida disputa entre os estados brasileiros por grandes investimentos é uma dos principais justificativas do governo baiano para tocar o Porto Sul, em Ilhéus. A criação de dois mil empregos na fase de implantação e o soerguimento da combalida economia da região sul do estado, desde a derrocada do cacau, são efeitos colaterais positivos do empreendimento de R$ 2,4 bilhões. Porém, a avaliação governamental, da qual o empresariado compartilha, é de que com o fim inevitável da guerra fiscal, demore ou não, apenas os estados mais preparados logisticamente poderão competir cabeça-a-cabeça pelo capital que vem de fora, ávido por participar do crescimento brasileiro.

 Em conexão com a Ferrovia Oeste-Leste, o Porto Sul será a ponta de um corredor estratégico para o escoamento de minério, soja, fertilizantes, etanol e cargas nobres como o algodão. No total, serão 66 milhões de toneladas anuais no oitavo ano de operação do porto, vindas também do Centro-oeste do Brasil. No governo, o projeto tem a frente o secretário especial de Portos Carlos Costa e a chefe da Casa Civil Eva Chiavon, escalados pelo governador Jaques Wagner para dar encaminhamento à empreitada e vencer a resistência de pequenos grupos que se agarram fundamentalmente à questão ambiental. A secretária Eva mostra-se tranquila: “Fomos muito rigorosos ao estabelecer os conceitos de desenvolvimento econômico e social e a conservação ambiental”.