Com o calendário do futebol brasileiro interrompido para as férias dos jogadores e a necessidade de se manter o espaço destinado ao mais popular dos esportes no Brasil, vive-se a fase das especulações sobre contratações, o que nos tempos de antanho se chamava ´encher lingüiça´.

Pois, na produção de lingüiça em que se transformou o noticiário esportivo, nota-se que o velho e bom futebol é cada dia mais negócio e menos futebol.

Para isso, é só observar os nomes que estão sendo cogitados pelos grandes clubes.

Praticamente todos os holofotes estão iluminando Ronaldinho Gaúcho e Adriano, ferrenhamente disputados por times como Flamengo, Palmeiras, Santos, Corinthians e Grêmio.

Ora, ora, torcida brasileira, o que é que Ronaldinho e Adriano podem acrescentar a esses times?

Tecnicamente, pouca coisa.

Ronaldinho Gaúcho é reserva no time meia boca do Milan da Itália e quando entra em campo faz uma ou outra firula e mais nada. Nem de longe lembra aquele gênio que encantou o mundo com a camisa do Barcelona.

Adriano, com seus problemas existenciais, é reserva do time mais meia boca ainda da Roma e só jogou (ou entrou em campo) para valer numa partida do Campeonato Italiano. O ex-Imperador virou um súdito obscuro.

Ronaldino Gaúcho e Adriano, riquíssimos ao cruzarem a faixa dos 30 anos, preferem as baladas ao futebol.

Mas, ainda assim são disputados por grandes clubes brasileiros.

Dá para entender? Dá.

Mesmo na condição de ´ex-jogadores em atividade´, são ídolos, atraem torcedores e patrocinadores, ou seja, fazem dinheiro.

É isso o que parece interessar. Daí a disputa por eles, pelo menos aqui no Brasil, já que na Europa o caminho natural é um time de terceira linha num país periférico.

Ou a grana farta da Ásia e do Oriente Médio, onde são mais penduricalhos valiosos do que jogadores de futebol.

No Brasil do marketing, prática consagrada pelo Corinthians ao repatriar Ronaldo (esse pelo menos tem lampejos do Fenômeno que um dia foi), Ronaldinho Gaúcho e Adriano ainda valem ouro e estão sendo vendidos como presente de Natal aos torcedores.

Depois, quando passar o Ano Novo e a bola começar a rolar, não venham botar a culpa em Papai Noel…

BARCELONA, BARCELONA

Quando a gente acha que o futebol perdeu a graça, que é só negócio mesmo, aparece um Barcelona para resgatar a paixão pelo jogo.

O Barcelona é a poesia, a magia e o encanto de um tempo em que o cachorro não comia a lingüiça em que estava amarrado, enquanto a gente se deliciava com o futebol de verdade.

Uma obra de arte pra ser admirada a cada jogo/espetáculo.