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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

dezembro 2008
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:: 23/dez/2008 . 18:10

Latindo pro Papai Noel…


Um desses dias que antecedem o Natal. A febre de consumo atinge seu ápice e as ruas centrais de Itabuna estão lotadas.
Lojas cheias. Presentes caros e lembrancinhas baratas. Grandes e pequenos pacotes.
Nessas cenas que se repetem, em maior ou menor escala, em todas as partes do Brasil, Delly e Ique agora vão assumir o papel de protagonistas.
Delly e Ique, destinos tão diferentes, estão situados no mesmo espaço geográfico, a cidade de Itabuna, que um dia já foi chamada de Metrópole do Cacau, aquele produto que já foi, com toda justiça, comparado ao ouro.
Delly e Ique, separados por algumas ruas.
Delly espera sua vez de ser atendida num salão de beleza bem equipado, de onde sairá com um novo visual, perfumada e singelos lacinhos de fita na cabeça.
Ique revira latas de lixo numa barraca de pastel ao lado do Fórum de Itabuna, em busca de restos de comida.
São 14:23 horas. Delly está calma, bem alimentada. Ique está ansioso, está com fome.
Mas, o que tem a ver a repaginada no visual de Delly e a fome de Ique?
E o que ambos têm a ver com o Natal?
Delly é uma cachorrinha da raça poodle e seu nome foi tirado de uma marca infame de ração canina que ela abomina.
Não, Ique não é um vira-lata que vai contracenar com Delly numa versão grapiúna de A Dama e o Vagabundo, um clássico dos Estúdios Walt Disney.
Ique, corruptela de Henrique, é um menino de 12 anos, aparência de 8, desses que a estatística afirma que está na escola, mas a realidade mostra que está na rua.
Delly pode se dar ao luxo de escolher a marca de ração, ou mesmo comer comida de gente.
Ique tem que comer os restos de comida que acha, quando acha, na lata de lixo. Como o resto de pastel de queijo que comeu sem pestanejar, para depois balançar latinhas vazias em busca de gotas de guaraná ou coca-cola.
Um surto de pieguice, típica dessas bobagens brotadas em épocas como o Natal, poderia descambar para a análise simplista e óbvia de que a cachorrinha é tratada como gente e o menino como animal.
Não é por aí.
Delly tem todo o direito de se embelezar num pet-shop, sem que seus donos sejam queimados em praça pública por isso.
O que não é direito -e isso não tem nada a ver com Natal, Páscoa, Dia das Mães ou qualquer outra data- é que Ique dependa da lata do lixo para saciar a fome.
Não se trata de igualar Delly a Ique.
Talvez seja o caso, percebam a diferença, de igualar Ique a Delly.
Pronto, eis aí uma história de Natal que envolve uma bela cachorrinha e um pobre menino de rua.
Pensando bem, pode nem ser uma história de Natal.
Mas, com certeza, é uma história de (in)justiça social.
Delly está mais preocupada em arrancar os dois lacinhos vermelhos que colocaram em suas orelhas e que devem incomodá-la muito.
Ique trocaria essa digressão toda por um pastel de carne e uma coca-cola.
E, se não fosse pedir demais, uma bola de futebol.
Algum Papai Noel se habilita, pra colocar um final feliz nessa história?

IMPUNIDADE

ONG REPORTERES SEM FRONTEIRAS:

BRASIL: O ASSASSINO DE UM JORNALISTA OBTEM REGIME SEMI-ABERTO POR “BOM COMPORTAMENTO”

A 3 de novembro de 2008, a Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro concedeu regime semi-aberto por “bom comportamento” a Claudino dos Santos Coelho, conhecido como “Xuxa”. Este traficante havia sido condenado, em 2005, a vinte e três anos e seis meses de prisão pelo assassinato de Tim Lopes, jornalista da TV Globo, em junho de 2002. Detido desde 9 de agosto de 2002, “Xuxa” já cumpriu um terço de sua pena, pelo que a justiça brasileira lhe permite passar apenas as noites na prisão. Mas de acordo com o diário Extra, Claudino dos Santos Coelho já terá infringido esta obrigação.

“Depois de termos expressado a nossa satisfação em 2005 pela condenação de sete acusados do assassinato de Tim Lopes, partilhamos agora a incompreensão da sua família. Uma concessão deste tipo nos parece completamente injustificada, tendo em consideração a crueldade dos atos que lhe são atribuídos”, declarou Repórteres sem Fronteiras.

Em junho de 2002, quando realizava uma reportagem sobre supostos casos de exploração sexual de menores organizada por traficantes de droga em uma favela do subúrbio carioca, Vila Cruzeiro, o jornalista foi capturado, seqüestrado e torturado pelos membros da quadrilha de “Elias Maluco”, que logo o executaram com uma faca e queimaram o corpo. Sete integrantes do grupo, entre os quais “Xuxa”, foram condenados pelo crime a penas compreendidas entre vinte e três e vinte e oito anos de prisão.

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Como de hábito, no final das contas só quem paga é o jornalista.
Paga com a vida, bem entendido!





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